terça-feira, 29 de junho de 2010

A coruja: Símbolo da Filosofia... porquê?



“...Friedrich Hegel em sua obra Filosofia do Direito ilustra muito bem a harmoniosa relação entre a coruja e a filosofia. Escreve ele: “A coruja de Minerva alça seu vôo somente com o início do crepúsculo”. O papel da filosofia é justamente elucidar o que não é claro ao censo comum, é alertar acerca da vida. O crepúsculo é o linear do dia pra coruja, enquanto cessamos nossas obras e nos recolhemos em nossos lares, a coruja “alça seu vôo” a trabalho. É a noite que a fascina, por isso seu nome em latim: Noctua, “ave da noite”. Não é a beleza o seu destaque, mas é a capacidade de ver o que aves diurnas não conseguem ver. Seu pescoço gira 360º, dando-lhe uma visão completa capacitando-a a ver o todo. É também uma ave de rapina, rápida na escolha, e que por vê a presa e não ser vista, sempre tem sucesso na caça, apanhando os despreparados e desprovidos que se arriscam na noite escura.

São essas as características que um filósofo deve possui. Enxergar o que outras pessoas não conseguem ver, ter uma visão do todo, ou seja, uma visão que abarque todos os ângulos da realidade. Deve ser capaz de articular os pensamentos contra seus adversários. É preciso raptar as bases dos argumentos dos oponentes. Também, deve-se raptar aqueles que estão se enveredando por caminhos de erros e por enxergarmos na noite quando outros não vêem, podemos ajuda-los e conduzi-los (pelo argumento) a desfechos virtuosos....”
(MARCOS R. DAMASIO JUAZEIRO DO NORTE/CE)




O Conhecimento Filosófico





Este vídeo mostra bem a visão filosófica do conhecimento. A aula do professor Gilson é muito interessante e nos explica bem as três dimensões do conhecimento que são: a diferença entre aprender ou simplesmente acessar informação; apreender: pensar o pensado (pensar a informação); inter-pretar: olhar no escuro. Essas três dimensões dentro da visão de Descartes e Platão. Muito interessante.

sábado, 26 de junho de 2010

Poema





Busca filosófica


O que resume o ser humano?
Quem consegue decifrá-lo num texto?
Quem consegue entender as suas buscas?
Quem os escuta? Quem os consola?
Quem interfere em suas vidas?


O humano é ser
É ser em totalidade
Confuso ou não
Difícil ou não
O ser humano vive se perguntando: Quem sou eu?
O que vou ser quando crescer?
Em quem vou me tornar?


Todos têm um nome
Mas buscam a sua identidade.
Todos têm uma casa
Mas buscam construir a sua origem
Todos têm um corpo
Mas preferem a metamorfose.


Será que é terrível ser?
Será que dói?
Será triste, difícil, complicado.


Ser é construído
Várias mãos no mesmo vaso
Várias vozes nos dois ouvidos
Vários rios que se cruzam e se cortam
E se encontram no final


Ser é escolha
Não uma obrigação
Por isso sou
“Cogito ergo sum”
Penso, logo existo.


Mesmo sem compreender
E às vezes sendo incompreendidos
Vamos todos os dias das nossas vidas
Lidando com o ser humano
Buscando abrir caminhos
Abrindo as gaiolas
Alimentando sonhos,
Quebrando muros
Levantando pontes
E assim vamos crescendo entre tropeços e acertos
Vamos estreitando e fortalecendo os laços humanos que foram construídos.


 Eliana Costa Sausmickt

Itamaraju - BA -

FILOSOFIA E PSICANÁLISE UMA DESCOBERTA - POLO ITAPEMIRIM: Educação à Distância

FILOSOFIA E PSICANÁLISE UMA DESCOBERTA - POLO ITAPEMIRIM: Educação à Distância

O que é Filosofia?

O QUE É FILOSOFIA, PROFESSOR? E PARA QUE SERVE?
Prof. Dr. Delamar José Volpato Dutra [UFSC/CNPq]



1. Da definição de Filosofia

A Filosofia é um ramo do conhecimento que pode ser caracterizado de três modos: seja pelos conteúdos ou temas tratados, seja pela função que exerce na cultura, seja pela forma como trata tais temas. Com relação aos conteúdos, contemporaneamente, a Filosofia trata de conceitos tais como bem, beleza, justiça, verdade. Mas, nem sempre a Filosofia tratou de temas selecionados, como os indicados acima. No começo, na Grécia, a Filosofia tratava de todos os temas, já que até o séc. XIX não havia uma separação entre ciência e filosofia. Assim, na Grécia, a Filosofia incorporava todo o saber. No entanto, a Filosofia inaugurou um modo novo de tratamento dos temas a que passa a se dedicar, determinando uma mudança na forma de conhecimento do mundo até então vigente. Isto pode ser verificado a partir de uma análise da assim considerada primeira proposição filosófica.

Se dermos crédito a Nietzsche, a primeira proposição filosófica foi aquela enunciada por Tales, a saber, que a água é o princípio de todas as coisas [Aristóteles. Metafísica, I, 3].

Cabe perguntar o que haveria de filosófico na proposição de Tales. Muitos ensaiaram uma resposta a esta questão. Hegel, por exemplo, afirma: "com ela a Filosofia começa, porque através dela chega à consciência de que o um é a essência, o verdadeiro, o único que é em si e para si. Começa aqui um distanciar-se daquilo que é a nossa percepção sensível". Segundo Hegel, o filosófico aqui é o encontro do universal, a água, ou seja, um único como verdadeiro. Nietzsche, por sua vez, afirma:

"a filosofia grega parece começar com uma idéia absurda, com a proposição: a água é a origem e a matiz de todas as coisas. Será mesmo necessário deter-nos nela e levá-la a sério? Sim, e por três razões: em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque o faz sem imagem e fabulação; e, enfim, em terceiro lugar, porque nela, embora apenas em estado de crisália [sic], está contido o pensamento: ‘Tudo é um’. A razão citada em primeiro lugar deixa Tales ainda em comunidade com os religiosos e supersticiosos, a segunda o tira dessa sociedade e no-lo mostra como investigador da natureza, mas, em virtude da terceira, Tales se torna o primeiro filósofo grego".

O importante é a estrutura racional de tratamento das questões. Nietzsche analisa esse texto, não sem crítica, e remarca a violência tirânica como essa frase trata toda a empiria, mostrando que com essa frase se pode aprender como procedeu toda a filosofia, indo, sempre, para além da experiência.

A Filosofia representa, nessa perpectiva, a passagem do mito para o logos. No pensamento mítico, a natureza é possuída por forças anímicas. O homem, para dominar a natureza, apela a rituais apaziguadores. O homem, portanto, é uma vítima do processo, buscando dominar a natureza por um modo que não depende dele, já que esta é concebida como portadora de vontade. Por isso, essa passagem do mito à razão representa um passo emancipador, na medida em que libera o homem desse mundo mágico.

"De um sistema de explicações de tipo genético que faz homens e coisas nascerem biologicamente de deuses e forças divinas, como ocorre no mito, passa-se a buscar explicações nas próprias coisas, entre as quais passa a existir um laço de causalidade e constâncias de tipo geométrico [...] Na visão que os mitos fornecem da realidade [...] fenômenos naturais, astros, água, sol, terra, etc., são deuses cujos desígnios escapam aos homens; são, portanto, potências arbitrárias e até certo ponto inelutáveis".

A idéia de uma arqué, que tem sentido amplo em grego, indo desde princípio, origem, até destino, porta uma estrutura de pensamento que a diferencia do modo de pensar anterior, mítico. Com Nietzsche, pode-se concluir que o logos da metafísica ocidental visa desde o princípio à dominação do mundo e de si. Se atentarmos para a estrutura de pensamento presente no nascimento da Filosofia, podemos dizer que seu logos engendrou, muitos anos depois, o conhecimento científico. Assim, a estrutura presente na idéia de átomo é mesma que temos, na ciência atual, com idéia de partículas. Ou seja, a consideração de que há um elemento mínimo na origem de tudo. A tabela periódica também pode ser considerada uma sofisticação da idéia filosófica da combinatória dos quatro elementos: ar, terra, fogo, água, da qual tanto tratou a filosofia eleática.

Portanto, em seu início, a Filosofia pode ser considerada como uma espécie de saber geral, omniabrangente. Um tal saber, hoje, haja vista os desenvolvimentos da ciência, é impossível de ser atingido pelo filósofo.

Temos, portanto, até aqui:

i] a Filosofia como conhecimento geral;

ii] a Filosofia como conhecimento específico;

2. Do método da Filosofia

A ciência moderna, caracterizada pelo método experimental, foi tornando-se independente da Filosofia, dividindo-se em vários ramos de conhecimento, tendo em comum o método experimental. Esse fenômeno, típico da modernidade, restringiu os temas tratados pela Filosofia. Restaram aqueles cujo tratamento não poderia ser dado pela empiria, ao menos não com a pretensão de esclarecimento que a Filosofia pretenderia.

A característica destes temas, determina um modo adequado de tratá-los, já que eles não têm uma significação empírica. Em razão disso, o tratamento empírico de tais questões não atinge o conhecimento próprio da Filosofia, ficando, em assim procedendo, adstrita ao domínio das ciências.

Ora, o tratamento dos assuntos filosóficos não se pode dar de maneira empírica, porque, desta forma, confundir-se-ia com o tratamento científico da questão. Por isso, no dizer de Kant "o conhecimento filosófico é o conhecimento racional a partir de conceitos". Ou seja, "as definições filosóficas são unicamente exposições de conceitos dados [...] obtidas analiticamente através de um trabalho de desmembramento". Portanto, a Filosofia é um conhecimento racional mediante conceitos, ela constitui-se num esclarecimento de conceitos, cuja significação não pode ser ofertada de forma empírica, tais como o conceito de justiça, beleza, bem, verdade, etc.

Apesar de não termos uma clara noção destes conceitos, nem mesmo uma significação unívoca, eles são operantes na nossa linguagem e determinam aspectos importantes da vida humana, como as leis, os juízos de beleza, etc.

domingo, 20 de junho de 2010

"Ninguém pode construir em teu lugar" Nietzsche

                   

                        "Ninguém pode construir em teu lugar
as pontes que precisarás passar para
atravessar o rio da vida.
Ninguém  exceto tu, só tu.
Existem, por certo, atalhos sem números
e pontes, e semi-deuses que se oferecerão
para levar-te além do rio, mas isso te
custaria a tua própria pessoa.
Tu te hipotecarias e te perderias.
Existe no mundo um único caminho por onde
só tu podes passar.
Onde leva?
Não perguntes,
segue-o.
Nietzsche

PARA NOSSO CRESCIMENTO





FILOSOFIA DA PSICANÁLISE
Livro de Conferências do I Congresso Internacional de Filosofia da Psicanálise
Os paradigmas da psicanálise
   Oswaldo Giacoia Jr., zELJKO LOPARIC, RENATO MEZAN, lETÍCIA MINHOT

Crescimento da educação a distância

Educação à Distância

EaD - EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

A importância do EAD

Filosofia: Foucault, Adorno e a Verdade -3

Jorge Forbes - Quem foi Jacques Lacan?

Jean Piaget - tendência cognitiva

A Psicanálise - Contextualização histórica e fundamentos teóricos 1ª parte

psicanálise: Freud e Lacan

Filosofia - o que é isto?











JUSTIFICATIVA DO CURSO FILOSOFIA E PSICANÁLISE


Ao implantar a sua Rede de EAD e oferecer cursos a distância, a UFES assumiu a iniciativa nesse setor no Estado do Espírito Santo, ao mesmo tempo em que se inseriu no rol das Instituições de Ensino Superior do país, como uma dentre as mais avançadas em EAD. Com base em vários aspectos da interação e da cooperação importantes para a educação, em geral não contemplados pelas ferramentas convencionais de comunicação, a Rede de EAD da UFES – ne@ad - trabalha com um ambiente na Internet, moodle, para apoiar diferentes cursos. Esse ambiente é dotado de ferramentas de apoio ao trabalho cooperativo e de ferramentas inteligentes para apoio à recuperação e filtragem de informação. Assim, Técnicas de Recuperação de Informação e Inteligência Artificial e Metodologias de Trabalho Cooperativo contribuem para agilizar o processo de interação, para individualizar o atendimento ao estudante, intensificar a cooperação e facilitar o acesso à informação através da integração via ferramentas conceituais. O curso de pós-graduação (lato sensu) em filosofia e psicanálise surge com o propósito de oferecer aos professores do ensino médio, estudantes universitários e pesquisadores capixabas um estudo mais especializado de temas e obras filosóficas. Este motivo visa, por um lado, exercitar e fomentar a pesquisa docente do departamento de Filosofia da UFES e, por outro, suprir a demanda por curso de filosofia no Espírito Santo que, além de possibilitar a capacitação ao ensino e à pesquisa, instigue professores e alunos ao questionamento crítico de nossa realidade. O título “Filosofia e Psicanálise”, nome de uma linha de pesquisa de nosso Departamento, se justifica porque, na medida em que o diálogo dos discursos constitui uma propriedade da filosofia, as fronteiras da filosofia, ao contrário de delimitarem áreas epistemológicas distintas e estrangeiras, constituem um dos seus temas fundamentais. Além disso, um curso acerca das fronteiras da filosofia pretende promover um estudo que, congregando diferentes perspectivas de investigação, possa compor um conhecimento interdisciplinar do que é questionado.
A própria aproximação entre filosofia e psicanálise mostra a dificuldade de compatibilizar vocabulário e problemas entre a filosofia e a psicanálise. Na sua concepção, o projeto visa exatamente explorar na metodologia a aproximação entre essas duas áreas e identificar temas comuns que venha a ter relevância filosófica entre dois vocabulários distintos e sua possível compatibilidade. Aliás, por diversas ocasiões, e inclusive nos encontros da ANPOF, várias abordagens têm sido propostas na tentativa de consolidar e mostrar a relevância da aproximação entre filosofia e psicanálise, o que pode ser visto igualmente como um esforço evidente de compatibilizar a pesquisa nessas duas áreas. Vale mencionar aqui a criação do GT de Filosofia e Psicanálise no último encontro da ANPOF (2004), assim como o 1o Congresso Internacional de 5
Filosofia da Psicanálise, organizado pelo GT em novembro de 2005, na PUC-SP; o segundo organizado na UFSCar em outubro de 2007. Como justificativa deste curso, devemos ressaltar também mais dois aspectos relevantes. O primeiro consiste no momento de reestruturação de nosso Departamento que, com um novo currículo voltado às necessidades do ensino, da pesquisa e da extensão e com a composição de grupos e definição de linhas de pesquisa, busca alavancar a sua produção para não só desenvolver a sua ação nesta universidade, mas também tornar-se um reconhecido centro formador de filosofia no Brasil. O segundo aspecto que gostaríamos de por fim ressaltar, como justificativa para este Curso de Especialização, é o fato de, em nosso planejamento estratégico, este corresponder a um dos momentos do projeto de implementação do mestrado em Filosofia da UFES.






Fácil é julgar pessoas que estão
sendo expostas pelas circunstâncias.
Difícil é encontrar e refletir sobre seus erros,
ou tentar fazer diferente
algo que já fez muito errado.
E é assim que perdemos pessoas especiais.
(Carlos Drummond de Andrade)

ESPAÇO CURVO E FINITO






ESPAÇO CURVO E FINITO

Oculta consciência de não ser,
Ou de ser num estar que me transcende,
Numa rede de presenças e ausências,
Numa fuga para o ponto de partida:
Um perto que é tão longe, um longe aqui.
Uma ânsia de estar e de temer
A semente que de ser se surpreende,
As pedras que repetem as cadências
Da onda sempre nova e repetida
Que neste espaço curvo vem de ti.

JOSÉ SARAMAGO