segunda-feira, 30 de maio de 2011

A Angústia em Lacan, Heidegger, kierkegaard


Alexon silva Tavares (Especializando em Filosofia e Psicanálise - UFES)


O presente texto tem por objetivo trazer reflexões sobre a temática angústia, tendo como referência Lacan e a angústia em oposição à tecnociência, Heidegger a angústia em oposição à metafísica e kierkegaard a angústia em oposição à organização Hegeliana da filosofia.
No pensamento Lacaniano o tema angústia não é trabalhado a partir da ciência (psicologia e psiquiatria), ele parte do viés filosófico, pois Lacan vê a angústia na filosofia como possibilidade da existência e não de fuga.
Para Lacan a angústia é um afeto, estruturante da existência, e como tal, interessa a psicanálise, uma vez que, é um afeto que não se engana.
Lacan constitui angústia, enquanto mecanismo que faz aparecer alguma coisa, no lugar do a como objeto do desejo, como imagem de falta. Por que o objeto a não é especulável, pelo contrário, enquanto mais o sujeito tenta dar corpo ao que no objeto do desejo representa a imagem espetacular, más ele é logrado. Quando algo surge no lugar da castração imaginária, é isso que provoca angústia, uma vez que a falta falta. È isso que dá o verdadeiro sentido ao que Freud designa como perda de objeto em relação a angústia.
A angústia surge quando se dá a falsa demanda uma resposta obturante que não preserva o vazio, causa do desejo, uma obturação que não tem nada a ver com o conteúdo da demanda, se positivo ou negativo: È ai que surge esta perturbação onde se manifesta a angústia.
Em Lacan, a angústia possui uma relação extremamente necessária com o desejo. A angústia eu modo sob o qual se mantém a relação com o desejo, e neste caso, o desejo é remédio contra angústia.
Heidegger trabalha o problema do ser numa perspectiva fenomenológica, distanciando-se da visão metafísica tradicional.
O ponto de partida de sua reflexão é o ser que se dá a conhecer imediatamente, ou seja, o próprio homem. Em seu aspecto cotidiano, a vida humana se apresenta como uma forma inautêntica de existência, marcada por três características: A felicidade, a existencialidade e a decadência.
O cotidiano como facticidade manifesta o homem como Ser-no- mundo, jogado no mundo, sem que isso tenha sido escolha sua. A existencialidade é um aspecto do cotidiano que manifesta o ser humano como sendo uma antecipação de suas possibilidades, objetivação daquilo que ainda não é. Finalmente o ser humano se manifesta como um ser decaído, pois as preocupações cotidianas da existência inautêntica o desviam do seu projeto essencial, desviando-o da finalidade principal de tornar-se ele mesmo.
Neste sentido, o homem é marcado pela angústia que, por sua vez, provoca uma espécie de 'aversão' diante de um ser percebido como ausência.
Heidegger vê a angústia, como um sentimento parecido com o medo diante de algo ameaçador, sendo determinada simplesmente pelo fato do homem se perceber como ser-no-mundo, sendo um sentimento que, não tem uma razão especifica simplesmente se manifesta como se o mundo perdesse o seu sentido.
A filosofia de kierkegaard trabalha angústia, a partir de uma descrição fenomenológica da existência humana. A vida mergulhada na plenitude do momento, voltada para capturar o gozo da existência, uma situação na qual você não aspira a nada, não deseja nada. Este tipo de existência, marcada pela exterioridade, a mudança e o imediatismo, leva a experiência do desespero. Para fugir da prisão de seus desejos, o homem precisa dar um salto, que o leva ao estágio ético.
O mundo do homem ético é dominado por uma ordem universal, que o faz sentir perdido numa multidão, anônima, sem autonomia e percebendo-se condenado a solidão consigo mesmo. Vindo reconhecer sua condição de pecador e a necessidade de arrependimento, não mais podendo se referenciar pelas leis universais, se vê em desespero e angústia.
Conclui-se, que para kierkegaard, a angústia tem sua origem na percepção do limite, que marca a vida humana. O homem seria uma síntese de infinito e finito, de temporal e de eterno, de liberdade e de necessidade, em suma uma síntese, vindo o eu a não existir ainda.
Podemos concluir através dessas reflexões, que devemos aceitar a angústia como componente inevitável do funcionamento psíquico. A angústia se põe, neste caso, como necessidade para o homem moderno o estabelecimento de uma vida no limite como ponto de partida para criação e não castração.

sábado, 21 de maio de 2011

O GRANDE ENCONTRO - POLO ITAPEMIRIM












Texto compartilhado pela Tutora



"Uma mulher acordou uma manhã após a quimioterapia , olhou no espelho e percebeu  que tinha somente três fios de cabelo na cabeça. – Bom (ela disse),  acho que vou trançar meus cabelos hoje. Assim ela fez e teve um dia maravilhoso.

No dia seguinte ela acordou, olhou no espelho e viu que tinha somente dois fios de cabelo na cabeça..

- Hummm (ela disse), acho que vou repartir meu cabelo no meio hoje.

Assim ela fez e teve um dia magnífico.

No dia seguinte ela acordou, olhou no espelho e percebeu que tinha apenas um fio de cabelo na cabeça.

- Bem (ela disse), hoje vou amarrar meu cabelo como um rabo de cavalo.

Assim ela fez e teve um dia divertido.

No dia seguinte ela acordou, olhou no espelho e percebeu que não havia um único fio de cabelo na cabeça.

- Yeeesss... (ela exclamou), hoje não tenho que pentear meu cabelo.

ATITUDE É TUDO! 

Seja mais humano e agradável com as pessoas.

Cada uma das pessoas com quem você convive 
está travando algum tipo de batalha.

Viva com simplicidade.

Ame generosamente.

Cuide-se intensamente.

Fale com gentileza.

E, principalmente, não reclame.

Se preocupe em agradecer pelo que você é, e por tudo o que tem!

E deixe o restante com Deus."


MCAM

“Relação do texto “Totem e tabu” e a função do Pai com aquela contida em Função e Campo da fala e da Linguagem em Psicanálise”.


A relação entre a função do Pai para Freud, em “TOTEM E TABU”, e a que Lacan apresenta em “Função e Campo da fala e da Linguagem em Psicanálise”, pode dizer que o “PAI” é um dos fundamentos psicanalíticos, pois o mesmo é o detentor do poder, regras, interdição de pulsões e da lei, isso se refletirá no complexo familiar, deste surgem os “problemas” que levam sujeitos a buscar ajuda para suas dores da alma, neuroses, etc.

Em Freud, temos o PAI mitológico (exemplo: Mito de Édipo), oriundo dos estudos da antropologia dos povos primitivos. Esse PAI é muito bem explicado no trabalho “Totem e Tabu”. E, daí também temos o “Mal Estar da Civilização”, pois esse “PAI” é assassinado pelos filhos (que invejam sua posição de “dono de todas as mulheres) e gerará a angustia pelo crime e a sensação de desamparo.

Lacan encara esse conceito “PAI” de modo diferente, o coloca como um nome, daí os NOMES-DO-PAI (pai é uma metáfora). E, insere também um ponto importante que é o DESEJO DA MÃE, e o nome do PAI não será dissociado da palavra mãe.

Ele nos apresenta o MATEMA (R S I ), ou seja o nome PAI será apresentado das seguintes maneiras: REAL= GENITOR PRESENTE NA FAMÍLIA; IMAGINÁRIO= PAI IDENTIFICADO COMO TODO PODEROSO; SIMBÓLICO= É SUSTENTADO PELA FUNÇÃO DO PAI REAL, pois nesse campo a função do PAI é dizer NÃO AO GOZO DA MÃE. Então esse PAI representa o desejo da LEI. Muito bem representado no NÓ BORROMEANO.


Mary Cristiane - ITAPEMIRIM

FREUD E A NEUROBIOLOGIA


CRONOGRAMA DE ATIVIDADES MENSAIS DA DISCIPLINA : 
FREUD E A NEUROBIOLOGIA
CURSO: Especialização em Filosofia e Psicanálise
PROFESSOR: Dr. Arthur Araújo  IES: UFES     MÊS: Novembro      ANO: 2010

PERÍODO/HORA
ATIVIDADE
OBJETIVO
08/11/2010 a
10/11/2010

Acesso individual a plataforma moodle



Web conferência da disciplina
Leitura das unidades:I,II e III


11/11/2010

Encontro Presencial Início da disciplina : Freud e a Neurobiologia


Discussão dos textos das unidades :I, II e III


12/11/2010 a 17/11/2010
Acesso individual a plataforma moodle




18/11/2010
Encontro presencial : Atividade do segundo encontro
Discussão dos textos das unidades IV,V e VI
19/11/2010 a 24/11/2010

Acesso individual a plataforma moodle



25/11/2010
Encontro presencial: Atividade do terceiro encontro
Discussão dos textos das unidades :VII,VIII e IX.
26/11/2010 a 27/11/2010
  Acesso individual a plataforma moodle


 MARYCRISTIANEMESQUITA - ITAPEMIRIM

sábado, 14 de maio de 2011

Cronograma de Atividades da Disciplina Freud e a Neurobiologia

CRONOGRAMA DE ATIVIDADES MENSAIS DA DISCIPLINA : FREUD E A NEUROBIOLOGIA
CURSO: Especialização em Filosofia e Psicanálise  PROFESSOR: Dr.
Arthur Araújo  IES: UFES     MÊS: Novembro
 ANO: 2010
Aluna: Rosemere Rebolo Barbosa

PERÍODO/HORA
ATIVIDADE
OBJETIVO
08/11/2010 a
10/11/2010

-Assisitir a webconferência da disciplina, realizar a leitura da Introdução , do programa da disciplina e das unidades I,II,e III.
-Organizar a agenda de estudos.



Web conferência da disciplina
Leitura das unidades:I,II e III
- Organização da agenda de estudos.


11/11/2010

Encontro Presencial Início da disciplina : Freud e a Neurobiologia


Discussão dos textos das unidades :I, II e III


12/11/2010 a 17/11/2010
-Consulta ao dicionário, sites de pesquisa e artigos sobre as várias correntes e teorias.
-Desenvolvimento das atividades 1,2 e 3.
-Leitura das unidades IV, V e VI.
-Participação no fórum.


- Pesquisa a dicionário e sites.
- Respostas às atividades previstas.
-Leitura das unidades IV,V e VI
-Participação no fórum.
18/11/2010
Encontro presencial : Atividade do segundo encontro
-Discussão dos textos das unidades IV,V e VI.
19/11/2010 a 24/11/2010
- Desenvolvimento das atividades IV, V e VI
- Leitura das unidades VII, VIII e IX.


-Resposta às atividades previstas
-Leitura das unidades VII,VIII e IX.
25/11/2010
-Encontro presencial: Atividade do terceiro encontro
Discussão dos textos das unidades :VII,VIII e IX.
26/11/2010 a 27/11/2010
- Desenvolvimento das atividades referentes às unidades VII,VIII e IX. 
- Participação no fórum.

- Fechamento das atividades e participação no fórum.


sábado, 7 de maio de 2011

NÓS BORROMEANOS

CURSO PSICANÁLISE E FILOSOFIA
UAB-ITAPEMIRIM- NEAAD
ALUNA: ROSEMERE REBOLO BARBOSA


Lacan inventou três denominações ou dimensões para designar o que é ser pai. Primeiramente o simbólico, em segundo lugar o imaginário e, em terceiro, o real. O pai, no plano simbólico, se refere à paternidade como uma terceira posição entre a mãe e o filho. É uma posição instituída pela mãe enquanto mulher, cujo objeto de desejo é o pai. Então, esse é o pai no sentido simbólico, instituído pela mãe que deseja um homem. Este, por sua vez, existe graças à palavra da mãe. Ela transmite ao filho que é a mulher daquele homem, que ela chama de pai, na linguagem. A segunda dimensão da paternidade é o pai no plano imaginário. Ele vem do filho ou da filha, da criança. Refere-se ao pai como imagem, imagem forte, grandiosa, majestosa, que tem uma força de sedução e de atração. Este é o pai como imagem, imagem de homem. Ele existe no imaginário graças a esta atração da criança pelo seu pai. Não estamos falando do pai biológico, mas da imagem que o pai mostra em sua vida, privada e social. Lacan, então, inventou o pai no plano real. Este vem de um homem que, em geral, é o pai das crianças na família. O pai, no sentido real, é um homem na condição de desejante, desejando uma mulher, em geral a mãe. Então, temos três dimensões: na dimensão do simbólico, o pai vem da mãe; na dimensão do imaginário, o pai vem da criança; e, na dimensão do real, o pai vem de um homem, que tem por objeto de desejo uma mulher.
O Nome-do-Pai, cuja função é de pai simbólico, tem como precursor o pai morto do mito freudiano”. O objetivo de Lacan é articular a função do pai, de forma linguística, com a palavra da mãe, aquela que é responsável pela procriação, dando um nome qualquer ao significante fálico.
Lacan vale-se do conhecimento da lógica, da linguagem e da linguística para, mais uma vez, como Freud, situar a psicanálise no campo da cultura, da ciência de seu tempo, isto é, das ciências humanas.
Tanto no misticismo judeu, quanto no amor cristão ou na sua função simbólica, o Pai absoluto é Deus, pivô do desejo. Esse Deus, na tradição judaico-cristã, é o deus de Moisés – a chama ardente que fala a Moisés e diz “Eu sou o que sou”. Para Lacan, essa voz não é um sujeito que fala no lugar do Outro, mas onde é “isso”, um Nome, do Pai – simbólico.
Lacan introduz a idéia de que o pai é uma metáfora. Como toda e qualquer metáfora, esta também se caracteriza pela substituição de um significante por outro, que surge a partir de uma significação desconhecida, uma significação inédita.
Com a ajuda da topologia, Lacan constrói os nós, conjuntos estruturais de apresentação do aparelho psíquico.
Nó Borromeano é uma trilogia de nós que tem essa denominação extraída do brasão da família dos Borromeos do séc XV. Cada nó corresponde a uma dimensão: o simbólico, o imaginário e o real.
Lacan introduz o termo sinthoma, que é uma antiga grafia da palavra sintoma, dando a ele uma significação topológica nesse conjunto. O sinthoma revela a persistência de restos sintomáticos oriundos do real “que não cessa de se escrever” e se repete.
O nó borromeano que enlaça Real, Simbólico e Imaginário é um “topos” constituído de 3 elementos que, sendo um deles cortado, tem como particularidade o desfazer-se do nó. Desses 3 elementos,  é o real que determina como cada um goza de seu inconsciente e o real para Lacan não tem sentido. Se o inconsciente apresenta algum sentido, seu vetor é uma resposta sintomática. 

Versão Final do WIKI


Universidade Federal do Espírito Santo
Núcleo de Educação Aberta e à Distância
Universidade Aberta do Brasil – Polo Itapemirim-ES
Curso de especialização em Filosofia e  Psicanálise
Disciplina:Angústia em Filosofia e Psicanálise


Angústia e sua relação com ansiedade

A angústia é um dos conceitos mais importantes da psicanálise e desempenha um papel preponderante tanto em relação ao desenvolvimento desta e possui significado central na teoria Lacaniana das neuroses e psicoses e dos tratamentos desses estados patológicos.
Em seu projeto para uma psicologia cientifica, 1895 Freud fala que a neurose de angústia teria sua etiologia na má ou não utilização da libido, que assim, se transformaria em angústia de uma forma direta.
Nesse trabalho, Freud aborda a angústia procurando nela uma explicação para o recalcamento, é afeto (affect) ai é a reprodução da vivência desagradável. Os estados traumáticos – estimulação excessiva e desamparo – se inscrevem de tal forma que deixam uma tendência a serem revividos, a reprodução da dor que então levaria a uma repulsa do objeto, o que levaria ao que Freud chama de defesa primária ou recalmento.
Em relação ao que diz respeito à definição de angústia segundo Lacan é aquilo que engana, porém estudos demonstram que é um distúrbio com desequilíbrio e deve receber tratamento médico. Tanto a psicologia e a psicanálise estudam constantemente as causas da angústia, para Freud a angústia pode ser uma resposta apropriada e relacionada a uma pressão interna ou externa, Freud trabalha com pontos cegos que a ciência não pode explicar que estão armazenados em nossa consciência, como: desvio de personalidade, racionalidade e situações de angústia ou ansiedade irredutíveis que cercam o dia-a-dia.
Para o pensador Heidegger, na angústia existe a origem da liberdade. Elucida que esta é oriunda da base existencial do homem, esta se concentra em seu passado e seu futuro, estes últimos acabam sempre interrompidos pela experiência inevitável pela qual, todos terão que passar: morte.
Podemos perceber que a constituição do sujeito esta diretamente ligada à questão da angústia. Assim é que, a construção da identidade atribui a angústia um caráter existencial.
Considerando-se o conceito angustia e ansiedade, é importante fazer uma relação entre angustia e o transtorno do pânico bem como o tratamento de uma pessoa com este mal.
Segundo Dorsch 2010, o termo angústia tem origem no latim e tende a ressaltar um estado de vivência corporal e psíquica de estreiteza, de aperto, enquanto ansiedade conotaria um estado de inquietação e de manifestações fisiológicas associadas. Nos dois casos o objeto é a realidade externa como um todo, uma vivência e não um objeto isolado e materializado (e por isso não parece procedente a colocação corriqueira de que a angústia é um medo sem objeto), que gera um estado de expectativa e de incerteza. O medo se refere a um objeto determinado, tido pelo sujeito como perigoso e ameaçador.
Nasio 1999 faz uma revisão sobre as diferenças entre angústia e ansiedade, ressaltando o caráter estático, até mesmo paralisado, a sensação de opressão principalmente pré-cordial, mas visceral de uma forma geral, da primeira em contraposição à tendência ao movimento e à predominância de manifestações psíquicas na segunda. Sugere que se classifiquem os quadros cuja manifestação predominante seja angústia ou a ansiedade sob o nome de Timopatia Ansiosa, ressaltando sua pertinência ao grupo dos transtornos da afetividade, de origem endógena.
De forma geral o termo ansiedade era usado na literatura para se referir a um estado afetivo crônico, desagradável, muitas vezes ligado à melancolia evolutiva, caracterizado por certo grau de antecipação do futuro e de inquietação. Por outro lado o termo angústia se referia a uma sensação mais visceral, que tendia a ocorrer de uma forma aguda e muitas vezes aproximada ao medo.
O Transtorno do Pânico, ou Neurose de Angústia, é caracterizado pela eclosão de crises espontâneas de ansiedade, de início de súbito, acompanhado de uma série de sintomas somáticos. A descrição de Freud de 1895 permanece atual, quase inalterada se comparada com os critérios modernos: 1. irritabilidade geral; 2. espera ansiosa; 3. surgimento abrupto de angústia, em forma de crise não associada a qualquer idéia, ou associada a idéia de morte ou loucura eminente; 4. vários ou alguns de uma lista de sintomas que inclui entre outros: palpitações, desconforto pré-cordial, sudorese, tremores, vertigens, diarréias, parestesias etc; 5. pavor noturno, acompanhado de angústia, dispnéia e sudorese (crises noturnas de angústia); 6. vertigem ou tontura; 7. fobias (incluindo agorafobia); 8. náuseas e mal estar; 9. parestesias; 10. Os sintomas podem se manifestar de forma crônica, com menor intensidade de angústia que nas formas agudas. Normalmente atingem sua intensidade máxima em segundos ou minutos, regredindo normalmente em até 10 minutos. Geralmente os pacientes descrevem um estado pós crise de intensa fraqueza, principalmente nos membros inferiores e sonolência, sendo que muitos podem dormir até horas após as crises. (NASIO 1999).
Se não tratadas adequadamente as crises tendem a se repetir, alternando períodos de normalidade, ou permanecendo uma ansiedade residual entre as crises. Muitos medicamentos são medicados com tranqüilizante tipo benzodiazepínicos, que aliviam a ansiedade entre as crises, mas só umas pequenas porcentagens dos pacientes melhoram a crise em si, como conseqüência alguns indivíduos desenvolvem abuso de tranqüilizantes ou mesmo de álcool como visto em nosso meio por GENTIL 1986.
Sem tratamento a evolução é variável, com flutuações de intensidade, com aumento de mortalidade por suicídio e afecções cardiovasculares, se bem que normalmente não apresentam ideação suicida nem prevalência maior de doenças cardíacas. Isso talvez se dê por um maior risco para depressão e pelas repercussões cardíacas da via sedentária que adotam uma vez iniciado o quadro.
As fobias são, primeiramente, sintomas que podem surgir no curso de qualquer afecção psíquica. A fobia como sintoma é definido por uma forma de ligação entre a angústia e o objeto. Talvez a discussão mais relevante aqui seja a respeito da distinção entre as fobias da Neurose de Angústia e as fobias da Neurose fóbica. O que a Psicanálise propões de maneira geral para os diversos quadros psicopatológicos é um modelo teórico de psicogênese. Não se trata de uma negação do orgânico, mas seu enfoque teórico tanto em Freud quanto nos autores que o seguiram é outro. Isto significa tratar também da terapêutica em um outro nível.
No caso específico das Neuroses Atuais e da Neurose de Angústia em particular, Freud negou a existência de mecanismos psíquicos envolvidos na sua gênese, afastando a possibilidade de intervenção pelo método psicanalítico. (NASIO 1999)
O que alguns autores psicanalíticos têm ressaltado, sem fazer alusão ao biológico, já que este não é o campo de investigação teórica, nem de atuação terapêutica da Psicanálise, é que, via da regra, tanto o conflito psíquico inconsciente quanto os sintomas atuais têm importância vital na compreensão do quadro e no desenvolvimento da terapêutica.
Em termos práticos a questão seria poder abordar o paciente com Neurose de Angústia, do ponto de vista psicanalítico, com o intuito de esclarecer as relações individuais que o sujeito faz, inconscientemente, de seus sintomas com outras estruturas de funcionamento e com experiências presentes e passadas que se encontre em conexão com o Reprimido e com a dinâmica do desejo.
A relação terapêutica com esses pacientes costuma ser difícil. No início do tratamento costumam apresentar mais queixas que outros, centrando o discurso nas suas crises de angústia.
Antes de curar a doença o analista terá de se preocupar em restabelecer uma relação de objeto que possibilite a reconstrução do Ego. Deverá ser inicialmente um auxiliar na passagem do mundo antes das palavras - ou de representação de coisas - para o mundo das palavras - ou representação de palavras, i.e., de simbolizações. A vivência de morte descrita por esses pacientes se encontra ligada a uma existência visceral, a um período em que o indivíduo ainda não encontrara um nome para substituí-la.
O tratamento e a cura se fazem, por isso, em dois tempos. Inicialmente a análise funciona como um órgão de para-excitação da angústia, nos moldes da mãe nas primeiras etapas do desenvolvimento infantil. Tem-se que entender que as queixas e os sintomas nessa fase é a forma pela qual o doente tenta resolver a angústia. O analista se fará presente através de suas palavras de compreensão do sofrimento do Ego, sem, no entanto aderir às angústias exteriorizadas pelo paciente.
Freqüentemente, na clínica se aflige, manifestam-se como sentimentos - desenvolvimentos da imaginarização do afeto. Alguns deles são os amores, o ódio, a alegria, a tristeza e aqueles que expressam de maneira patética a indefensa do sujeito perante o Outro, como são o medo, o temor, o terror, o pânico.
Segundo GENTIL 1986, o fim da análise não significa o fim da angústia para o sujeito, senão valer-se de sua alerta para “dialectizar” o Outro. Na espreita das análises standard parece ser um dos objetivos extinguir a angústia. Através da elaboração dos lutos mais primários que na transferência aludem à separação do analista, transmudado em seio materno idealizado. De modo tal que os efeitos de emergência do sujeito se resumem num remendo da imaginarização.
A angústia será sempre nossa eterna companheira , por mais que dissimulemos, neguemos e abominemos sua existência, estamos cônscios de que o processo de crescimento humano é continuo e implica, invariavelmente, em angústia.
Assim, fica subentendido que os casos mal resolvidos do passado e a ansiedade pelo futuro influenciaram a vida das pessoas causando-lhes grande angústia que, por sua vez, interfere em sua qualidade de vida, já que ao invés de vivenciar o que o hoje proporciona.
Sendo assim, o sujeito fica preso as atividades irrealizáveis e o seu hoje se tornam limitado e pouco agradável.

Referencias Bibliográficas
GENTIL, V. Mecanismos de Ação de Drogas Antipânico.J. Bras. Psiq. 1986.
NASIO, Juan David. O prazer de Ler Freud. Rio de Janeiro, Editora: Jorge Zahar, 1999.
DORSCH. Dicionário de Psicologia. Petrópolis RJ, Editora Vozes, 2001.
 http://artigos.psicologado.com/abordagens/psicanalise/a-teoria-da-angustia-na-psicanalise

VERSÃO FINAL DO WIKI (PROPOSTA DA DISC. ANGUSTIA)


Universidade Federal do Espírito Santo
Núcleo de Educação Aberta e à Distância
Universidade Aberta do Brasil – Polo Itapemirim-ES
Curso de especialização em Filosofia e  Psicanálise
Disciplina:Angústia em Filosofia e Psicanálise


Angústia e sua relação com ansiedade

A angústia é um dos conceitos mais importantes da psicanálise e desempenha um papel preponderante tanto em relação ao desenvolvimento desta e possui significado central na teoria Lacaniana das neuroses e psicoses e dos tratamentos desses estados patológicos.
Em seu projeto para uma psicologia cientifica, 1895 Freud fala que a neurose de angústia teria sua etiologia na má ou não utilização da libido, que assim, se transformaria em angústia de uma forma direta.
Nesse trabalho, Freud aborda a angústia procurando nela uma explicação para o recalcamento, é afeto (affect) ai é a reprodução da vivência desagradável. Os estados traumáticos – estimulação excessiva e desamparo – se inscrevem de tal forma que deixam uma tendência a serem revividos, a reprodução da dor que então levaria a uma repulsa do objeto, o que levaria ao que Freud chama de defesa primária ou recalmento.
Em relação ao que diz respeito à definição de angústia segundo Lacan é aquilo que engana, porém estudos demonstram que é um distúrbio com desequilíbrio e deve receber tratamento médico. Tanto a psicologia e a psicanálise estudam constantemente as causas da angústia, para Freud a angústia pode ser uma resposta apropriada e relacionada a uma pressão interna ou externa, Freud trabalha com pontos cegos que a ciência não pode explicar que estão armazenados em nossa consciência, como: desvio de personalidade, racionalidade e situações de angústia ou ansiedade irredutíveis que cercam o dia-a-dia.
Para o pensador Heidegger, na angústia existe a origem da liberdade. Elucida que esta é oriunda da base existencial do homem, esta se concentra em seu passado e seu futuro, estes últimos acabam sempre interrompidos pela experiência inevitável pela qual, todos terão que passar: morte.
Podemos perceber que a constituição do sujeito esta diretamente ligada à questão da angústia. Assim é que, a construção da identidade atribui a angústia um caráter existencial.
Considerando-se o conceito angustia e ansiedade, é importante fazer uma relação entre angustia e o transtorno do pânico bem como o tratamento de uma pessoa com este mal.
Segundo Dorsch 2010, o termo angústia tem origem no latim e tende a ressaltar um estado de vivência corporal e psíquica de estreiteza, de aperto, enquanto ansiedade conotaria um estado de inquietação e de manifestações fisiológicas associadas. Nos dois casos o objeto é a realidade externa como um todo, uma vivência e não um objeto isolado e materializado (e por isso não parece procedente a colocação corriqueira de que a angústia é um medo sem objeto), que gera um estado de expectativa e de incerteza. O medo se refere a um objeto determinado, tido pelo sujeito como perigoso e ameaçador.
Nasio 1999 faz uma revisão sobre as diferenças entre angústia e ansiedade, ressaltando o caráter estático, até mesmo paralisado, a sensação de opressão principalmente pré-cordial, mas visceral de uma forma geral, da primeira em contraposição à tendência ao movimento e à predominância de manifestações psíquicas na segunda. Sugere que se classifiquem os quadros cuja manifestação predominante seja angústia ou a ansiedade sob o nome de Timopatia Ansiosa, ressaltando sua pertinência ao grupo dos transtornos da afetividade, de origem endógena.
De forma geral o termo ansiedade era usado na literatura para se referir a um estado afetivo crônico, desagradável, muitas vezes ligado à melancolia evolutiva, caracterizado por certo grau de antecipação do futuro e de inquietação. Por outro lado o termo angústia se referia a uma sensação mais visceral, que tendia a ocorrer de uma forma aguda e muitas vezes aproximada ao medo.
O Transtorno do Pânico, ou Neurose de Angústia, é caracterizado pela eclosão de crises espontâneas de ansiedade, de início de súbito, acompanhado de uma série de sintomas somáticos. A descrição de Freud de 1895 permanece atual, quase inalterada se comparada com os critérios modernos: 1. irritabilidade geral; 2. espera ansiosa; 3. surgimento abrupto de angústia, em forma de crise não associada a qualquer idéia, ou associada a idéia de morte ou loucura eminente; 4. vários ou alguns de uma lista de sintomas que inclui entre outros: palpitações, desconforto pré-cordial, sudorese, tremores, vertigens, diarréias, parestesias etc; 5. pavor noturno, acompanhado de angústia, dispnéia e sudorese (crises noturnas de angústia); 6. vertigem ou tontura; 7. fobias (incluindo agorafobia); 8. náuseas e mal estar; 9. parestesias; 10. Os sintomas podem se manifestar de forma crônica, com menor intensidade de angústia que nas formas agudas. Normalmente atingem sua intensidade máxima em segundos ou minutos, regredindo normalmente em até 10 minutos. Geralmente os pacientes descrevem um estado pós crise de intensa fraqueza, principalmente nos membros inferiores e sonolência, sendo que muitos podem dormir até horas após as crises. (NASIO 1999).
Se não tratadas adequadamente as crises tendem a se repetir, alternando períodos de normalidade, ou permanecendo uma ansiedade residual entre as crises. Muitos medicamentos são medicados com tranqüilizante tipo benzodiazepínicos, que aliviam a ansiedade entre as crises, mas só umas pequenas porcentagens dos pacientes melhoram a crise em si, como conseqüência alguns indivíduos desenvolvem abuso de tranqüilizantes ou mesmo de álcool como visto em nosso meio por GENTIL 1986.
Sem tratamento a evolução é variável, com flutuações de intensidade, com aumento de mortalidade por suicídio e afecções cardiovasculares, se bem que normalmente não apresentam ideação suicida nem prevalência maior de doenças cardíacas. Isso talvez se dê por um maior risco para depressão e pelas repercussões cardíacas da via sedentária que adotam uma vez iniciado o quadro.
As fobias são, primeiramente, sintomas que podem surgir no curso de qualquer afecção psíquica. A fobia como sintoma é definido por uma forma de ligação entre a angústia e o objeto. Talvez a discussão mais relevante aqui seja a respeito da distinção entre as fobias da Neurose de Angústia e as fobias da Neurose fóbica. O que a Psicanálise propões de maneira geral para os diversos quadros psicopatológicos é um modelo teórico de psicogênese. Não se trata de uma negação do orgânico, mas seu enfoque teórico tanto em Freud quanto nos autores que o seguiram é outro. Isto significa tratar também da terapêutica em um outro nível.
No caso específico das Neuroses Atuais e da Neurose de Angústia em particular, Freud negou a existência de mecanismos psíquicos envolvidos na sua gênese, afastando a possibilidade de intervenção pelo método psicanalítico. (NASIO 1999)
O que alguns autores psicanalíticos têm ressaltado, sem fazer alusão ao biológico, já que este não é o campo de investigação teórica, nem de atuação terapêutica da Psicanálise, é que, via da regra, tanto o conflito psíquico inconsciente quanto os sintomas atuais têm importância vital na compreensão do quadro e no desenvolvimento da terapêutica.
Em termos práticos a questão seria poder abordar o paciente com Neurose de Angústia, do ponto de vista psicanalítico, com o intuito de esclarecer as relações individuais que o sujeito faz, inconscientemente, de seus sintomas com outras estruturas de funcionamento e com experiências presentes e passadas que se encontre em conexão com o Reprimido e com a dinâmica do desejo.
A relação terapêutica com esses pacientes costuma ser difícil. No início do tratamento costumam apresentar mais queixas que outros, centrando o discurso nas suas crises de angústia.
Antes de curar a doença o analista terá de se preocupar em restabelecer uma relação de objeto que possibilite a reconstrução do Ego. Deverá ser inicialmente um auxiliar na passagem do mundo antes das palavras - ou de representação de coisas - para o mundo das palavras - ou representação de palavras, i.e., de simbolizações. A vivência de morte descrita por esses pacientes se encontra ligada a uma existência visceral, a um período em que o indivíduo ainda não encontrara um nome para substituí-la.
O tratamento e a cura se fazem, por isso, em dois tempos. Inicialmente a análise funciona como um órgão de para-excitação da angústia, nos moldes da mãe nas primeiras etapas do desenvolvimento infantil. Tem-se que entender que as queixas e os sintomas nessa fase é a forma pela qual o doente tenta resolver a angústia. O analista se fará presente através de suas palavras de compreensão do sofrimento do Ego, sem, no entanto aderir às angústias exteriorizadas pelo paciente.
Freqüentemente, na clínica se aflige, manifestam-se como sentimentos - desenvolvimentos da imaginarização do afeto. Alguns deles são os amores, o ódio, a alegria, a tristeza e aqueles que expressam de maneira patética a indefensa do sujeito perante o Outro, como são o medo, o temor, o terror, o pânico.
Segundo GENTIL 1986, o fim da análise não significa o fim da angústia para o sujeito, senão valer-se de sua alerta para “dialectizar” o Outro. Na espreita das análises standard parece ser um dos objetivos extinguir a angústia. Através da elaboração dos lutos mais primários que na transferência aludem à separação do analista, transmudado em seio materno idealizado. De modo tal que os efeitos de emergência do sujeito se resumem num remendo da imaginarização.
A angústia será sempre nossa eterna companheira , por mais que dissimulemos, neguemos e abominemos sua existência, estamos cônscios de que o processo de crescimento humano é continuo e implica, invariavelmente, em angústia.
Assim, fica subentendido que os casos mal resolvidos do passado e a ansiedade pelo futuro influenciaram a vida das pessoas causando-lhes grande angústia que, por sua vez, interfere em sua qualidade de vida, já que ao invés de vivenciar o que o hoje proporciona.
Sendo assim, o sujeito fica preso as atividades irrealizáveis e o seu hoje se tornam limitado e pouco agradável.

Referencias Bibliográficas
GENTIL, V. Mecanismos de Ação de Drogas Antipânico.J. Bras. Psiq. 1986.
NASIO, Juan David. O prazer de Ler Freud. Rio de Janeiro, Editora: Jorge Zahar, 1999.
DORSCH. Dicionário de Psicologia. Petrópolis RJ, Editora Vozes, 2001.



domingo, 27 de fevereiro de 2011

Que tal estudarmos os efeitos filosoficos e psicologicos deste conflito?

RESPONSABILIDADES DA ONU NO CONFLITO DO SRI LANKA

Julio César Xavier Langa.[1].
Resumo; 1 – Introdução; 2 – Contextualização; 3 – Conflitos armados e fracassos das tentativas conciliatórias; 4 – Da responsabilidade da ONU e sua atuação do Sri Lanka; 5 – Conclusão; 6- Referência Bibliográfica.



RESUMO

A muito se discute a responsabilidade da ONU em solucionar conflitos, tendo em vista que muitas vezes se mostra omissa em alguns, nesse estudo  estará sendo observado o conflito do Siri Lanka que durou quase vinte seis anos, resultando em muitas mortes de civis e exterminando os Tâmeis, um povo que já habitava o território a mais de um século e que aos poucos foi sendo anulado pelo governo Hindu, sofrendo com boicotes através de restrições rebeliões e conflitos armados com o governo. Com isso pergunta-se: até aonde o poder e a responsabilidade da ONU em solucionar conflitos mundiais, seja eles internos ou externos, esta sendo usado para solucioná-los, partindo do principio que ela é considerada a força maior no que tange as relações internacionais? Após anos de atuação em diversos cenários mundiais qual seria a verdadeira função da ONU? Será que ela poderia atuar de forma diferenciada em conflitos ou  somente após o termino dos mesmos, atuando como mantenedora da paz dando suporte para civis que praticamente perderam muito com os conflitos. Manter a paz após conflitos seria essencial para o mundo atual? Ou já entramos em uma era que a Organizações das Nações Unidas teriam que ter outra função? Talvez a de evitar ao invés da de reparar os danos causados pelos conflitos, concluindo que tal espécie de responsabilidade constitui a garantia do cumprimento das disposições do acordo firmado entre as nações relacionado a paz mundial.Nesse contexto, é intenção deste estudo a análise sobre o papel da ONU em conflitos internos, desenhando suas linhas gerais e ainda alguns aspectos tênues do contexto histórico que influenciou e guiou o ao conflito e por fim ao o seu fim.



ABSTRACT

The responsibility is much discussion of the UN in resolving conflicts, given that often lacking in some shows, this study will be noted by the conflict in Sri Lanka that lasted almost twenty eight years, resulting in many civilian deaths and exterminating Tamil, a people who already inhabited the territory more than a century and was gradually being aborted by the Hindu government, suffering from boycotts by restrictions rebellions and armed conflicts with the government. Thus the question arises: How far the power and responsibility of the UN in resolving global conflicts, whether internal or external, is being used to solve them, assuming that it is considered a force majeure regarding international relations? After years working in various global scenarios which would be the true function of the UN? Could she act differently in conflicts or only after the end of them, acting as the peacekeeping giving support to civilians who almost lost a lot of conflicts. Keeping the peace after conflict was essential to the world today? Or have we entered an era in which the United Nations organizations would have to have another function? Perhaps to avoid rather than to repair the damage caused by conflicts, concluding that this kind of responsibility is ensuring compliance with the provisions of the agreement signed between nations related to world peace.In this context, it is the intention of this study, analysis on the UN role in internal conflicts, drawing broadly and even some subtle aspects of the historical context that influenced and steered the conflict and finally to its end.



PALAVRAS-CHAVE

 Sri Lanka – Conflito – Responsabilidade - ONU

KEYWORDS

 Sri Lanka - Conflict - Responsibility – UN
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1 - INTRODUÇÃO

O objetivo principal da ONU é manter a paz, através de intervenções com tropas que estudam as melhores formas de criar harmonia e manter a paz em países com conflitos, sejam eles internos ou externos, porém nesse artigo recairá sobra a ONU a responsabilidade internacional de um dos maiores conflitos internos do século XX e XXI, o do Sri Lanka, que durou vinte e seis  anos e deixou um saldo de mais de 70 mil mortos. Para isso, esse estudo irá abordar as principais causas, contexto histórico, e as ações que culminaram  a uma disputa territorial tão longa e com índices tão elevados de refugiados e mortos. Aprofundaremos o debate no que tange à responsabilidade da ONU, não sem criar comentários sobre as divergências acerca da teoria do risco de ataques terroristas.

2 – CONTEXTUALIZAÇÃO

2.1 – ORIGEM DO CONFLITO DO SIRI LANKA

Localizado ao sul da Índia, possui montanhas escarpadas no centro e planícies férteis ao norte. O Sri Lanka é um país pluetinico om uma população de cerca de 21 milhões de habitantes.
 A ilha era habitada originalmente pelos cingaleses. A quase 2000 mil anos chegaram os indianos que deram origem ao povo Tâmil. Esses dois grupos passam a se hostilizar por questões religiosas e as possibilidades de acordo são escassas, devido as diferenças políticas e étnicas, as sanções impostas pelo governo ao povo tamil, como acesso a universidades, repartições publicas e imposição de um novo idioma, desencadeou o conflito.
Assim, apesar de uma guerra civil ser intensamente política, muitos autores defendem que a razão chave do conflito é a falha do desenvolvimento económico. E sobre este assunto TOMMASOLI[2] faz uma afirmação interessante: “as guerras civis são, até certo ponto, uma continuação da economia por outros meios”.
AGERBACK[3] sublinha que a pobreza não é por si só uma causa suficiente do conflito, o que é comprovado pela existência de países pobres que não estão em guerra. A autora afirma que “a causa não é tanto a falta de recursos per se, como injustiça”, mas sim a existência de “estruturas económicas e políticas que mantêm o domínio de um grupo no centro do poder sobre um grupo na periferia, ao ponto de negar os mais básicos direitos económicos, sociais e políticos”.
As origens do conflito remontam ao período em que a ilha se tornou independente da Grã-Bretanha, em 1948. Após a saída dos europeus da região nos
anos 50, que ali permaneceram por mais de 400 anos, os cingaleses assumiram o
controle do país, segregaram os Tâmeis em comunidades separadas, impuseram uma cultura considerada pelo povo tâmil discriminatória.
Os primeiros choques entre os dois grupos ocorrem em 1956, quando o cingalês é declarado língua oficial e em 1959 é assassinado o primeiro-ministro Solomon Bandaranaike. Sua mulher, Sirimavo Bandaranaike, é eleita primeira-ministra em 1960.   Ela chefia um governo esquerdista que entra em atrito com os EUA e o Reino Unido ao nacionalizar companhias petrolíferas ocidentais. Seu sucessor, Dudley Senanayake, assume o governo em 1965, procurando reaproximar o país dos EUA. Em 1970, Sirimavo Bandaranaike é reeleita primeira-ministra.O   conflito se deixa de ser pacifico e se torna armado em julho de 1983, quando o povo Tamil  testemunhou o pior massacre de uma série de açõesl executadas de uma forma muito planeada pelo governo do Sri Lanka[4].
Essas ações não ocorreram apenas no norte e leste do Sri Lanka, onde os tâmises eram a maioria, mas também em todo o país. Mais de 4000 pessoas foram mortas e milhares ficaram sem casa. As suas propriedades foram ou saqueadas ou destruídas, eliminando assim os seus meios de sustento. Mesmo nas prisões, os presos tâmiles foram brutalmente mortos e os seus olhos arrancados. Mais de 150 mil pessoas fugiram do Sri Lanka para a Índia e para países ocidentais como refugiados.
Quando os anos imediatamente posteriores à independência tenham sido de relativa paz, logo começaram as tensões entre a maioria cingalesa, formada por budistas e a comunidade tâmil, formada por hinduístas e católicos romanos. A história nacional é marcada pelo confronto entre os cingaleses e os três milhões de tâmeis. Sucessivos governos privilegiam os cingaleses em educação e no acesso aos empregos públicos.
À época, o governo argumentava estar corrigindo os desequilíbrios do período colonial, quando os cingaleses acusavam os britânicos de dar tratamento preferencial aos tâmises. Esta discriminação por parte do governo foi citada pelo líder dos Tigres Tâmeis, Prabhakaran, como o principal motivo que o levou a criar, em 1972, a milícia Novos Tigres Tâmeis, que quatro anos depois foi rebatizada como Tigres de Libertação da Pátria Tâmil.
Desde então, a luta pela criação de um Estado tâmil foi usada como justificativa para inúmeros ataques suicidas e outros atentados empreendidos pelos Tigres Tâmeis contra alvos civis e militares.

2.2 – CONFLITOS ARMADOS E FRACASSO DAS TENTATIVAS CONCILIATÓRIAS

A guerra civil que se desenrolou até 2008 teve inicio em 1983, motivada pelo atentado Tâmil onde foram mortos treze soldados do Sri Lanka. Em 1987, os combates retrocederam e o governo do Sri Lanka convidou o governo indiano a fazer parte do processo de paz que incluía uma série de concessões e restrições do governo do Sri Lanka aos Tameis: a devolução do poder às províncias reivindicadas, a unificação das províncias do norte do país e respeito á cultura Tâmil.
A Índia participou parcialmente do processo de paz, em 1985, houve uma convenção e os Tameis reiveindicaram o territorrio ao norte do Sri Lanka, onde iriam formar uma nacionalidade reconhecida, porém a recusa do governo do Sri Lanka negou as reivindicações e as conversações fracassaram.
Os rebeldes não concordaram com o envolvimento indiano, pois após o acordo assinado em 1987 India Sri Lanka, sem qualquer participação do povo Tamil,. A India que inicialmente havia colaborado e incentivado os Tameis, acaba impondo o acordo, logo era de seu interesse a expansão territorial, apresentando um papel dúbio em relação ao conflito, gerando desconfianças no povo Tamil,  com isso as convenções de paz sucumbiram e a guerra civil recomeçou. Culminando, em 1991 com o assassinato do Primeiro Ministro da Índia, Rajiv Ghandi, por militantes Tâmil. A partir dessa data os Tameis perdem todo o apoio fornecido até então pela índia, que os auxiliavam com armas e treinamentos militares.
Diante disso o governo do Sri Lanka investiu numa ofensiva contra os Tâmeis, ocupou regiões dominadas por estes, mas os tâmeis contra-atacaram e verdadeiras carnificinas foram ocorridas dos dois lados.
Em 2008 morre o líder dos tâmeis e os hindus se tornam os donos de todo o território do Sri Lanka, sendo esse o desfecho do conflito.

3- DA ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS E SUA ATUAÇÃO NO SRI LANKA   
Diante desse conflito, vê-se que o papel da ONU tem se tornado cada vez mais importante no que diz respeito as convenções de paz. Para isso pesquisou-se sobre a intervenção do órgão no regulamento das Nações Unidas[5], e por que sendo ela o maior poder mundial, não intervem efetivamente nos conflitos, agindo com missões de paz somente após os conflitos.
Segundo COLLIER[6] esta não só tem o direito moral, como tem o dever prático de intervir no sentido de prevenir e encurtar os conflitos, porque quem toma decisões sobre o início ou o fim da guerra civil ignora os enormes e adversos efeitos de dominó que a guerra provoca”.
 As funções principais da responsabilidade da ONU são: manter a paz mundial, o desenvolvimento de relações amistosas e de colaboração entre as nações, a defesa dos direitos humanos e promover o bem-estar social e a melhoria das condições de vida.
Para viabilizar essa responsabilidade, as Nações Unidas criaram e desenvolveram as Operações de Manutenção de Paz, como um de seus principais instrumentos a serviço dos vários meios de solução pacífica de controvérsias.
Tais operações se caracterizam pela forma de intervenção não-violenta, voluntária, executada com o consentimento das partes interessadas e revestidas de absoluta imparcialidade sua arma mais poderosa.
Como não possuem Forças Armadas próprias, as Nações Unidas planejam cada operação em função das necessidades específicas da nova situação. O desencadeamento é autorizado pelo Conselho de Segurança, a quem incumbe fixar-lhe os objetivos gerais, a amplitude e o calendário próprios.
Como dito, os conflitos só contam com a interferência da ONU, caso uma das partes autorize expressamente a sua intervenção. No caso do Sri Lanka não houve essa concessão, ficando a Índia incumbida de intermediar o conflito na busca de uma solução pacífica. Contudo, é cediço que a Índia era detentora de interesses territoriais expansionistas da região do Sri Lanka, como já explanado na apresentação do tema. Diante da omissão das Nações Unidas e do conluio de interesses político-financeiros para excluí-la das convenções de paz, o que se viu foi a perda de poder do Tamis, hostilizados pelo governo do Sri Lanka em razão exclusiva da omissão das Nações Unidas que não exerceram o poder que lhes é outorgado para impedir o massacre tâmil em toda a extensão do conflito.
Desde logo, BRAUER[7] (1998:72) sublinha que “construir e manter a paz no interior e entre os Estados- Nação é, claramente, um problema de ação coletiva” e no caso sub examine, caberia inteiramente à ONU, posto que esta é a sua principal responsabilidade e função.
No Sri Lanka a Onu poderia ter proposto ações que contribuiriam para a manutenção da paz, antes que acontecessem todos os conflitos até então discutidos, entretanto, mesmo detendo poder e competência de intervenção, mostrou-se inerte em relação ao interesse de negociação da resolução pacifica do conflito.
Nesse sentido, BRITO[8] segue afirmando que as falhas da comunidade internacional em responder ao genocídio diminuem a credibilidade do sistema.
De fato, a tardia intervenção das Nações Unidas no Sri Lanka e a morte de milhares de pessoas colocam em cheque a função essencial e responsabilidade da mesma e questiona sua forma de intervenção.
A ação da Organização das Nações Unidas mostra-se de todo ineficaz no conflito analisado e em vários outros que se passam até os dias de hoje, vez que a presença dos soldados de capacete azul não é capaz de deter grupos de milicianos violentos que atentam contra a população civil. A questão central é: a ação preventiva e resolutiva da ONU seria em muito preferível à ação remediadora que hoje ela opera. Pois ações preventivas poupam vidas, enquanto as remediadoras apenas atuam de forma paliativa após genocídios de grupos conflitantes.
Evitar a morte e a violência contra milhares de civis das regiões de conflito seria o verdadeiro papel da ONU. Manter uma paz aparente, conquistada à custa do sangue do tamises foi de todo despiciendo.
Para o Sri Lanka a paz custou a vida de parte de sua população e a perda de seu território milenarmente adquirido em detrimento de interesses políticos e econômicos. Não houve paz, houve a aniquilação e diáspora de uma nação em benefício de outra.
Após anos de conflitos, vários mortos e muitos refugiados, a ONU se mostraram omissa no que diz respeito ao procedimento de uma relação internacional, pois com o apoio de varias nações poderia de maneira diplomática ter interferido e solucionado o problema, que persistiu durante mais de vinte seis anos, deixando mais de cem mil mortos.
Certamente essa omissão deixou danos irreparáveis, além de muitos mortos e refugiados, dos quais, em sua maioria, migraram para outros paises.

4- CONSIDERAÇÕES FINAIS.

Esse Artigo apresentou a fragilidade da Onu em resolver conflitos internos como o do Sri Lanka, pois a guerra civil desse país teve consequencias graves em varias esferas de sociedade, provocando muitas mortes, deslocamento humano e danos de caráter econômico e social. No que diz respeito ao conflito viu-se que o mesmo esteve fortemente ligado as diversidades étnicas, políticas e sociais relacionadas a um povo que teve praticamente sua cultura bloqueada, por embargos principalmente culturais e políticos.
A questão abordada sobre o papel da ONU nas relações internacionais, no que diz respeito a interveção de convenção de paz fica sendo questionada com as ações representadas pela mesma no cenário mundial.
Por fim, analisou-se a forma como a ONU atuou no mencionado conflito. Sua interferência tardia e a impossibilidade de evitar a morte de milhares de pessoas. Desse modo, questionamos a abrangência e poder de ação da ONU e até que ponto pode ela influenciar o processo de guerra e construção da paz. No caso específico do Sri Lanka vimos que a omissão inicial e envolvimento tardio foram os responsáveis pela catástrofe de mais de 29 anos de guerra.
Saliente-se, ademais, que sobre o tema, é fundamental não separar questões econômicas de questões políticas internas e tentar perceber o conflito de forma global e enquadrado no seu contexto histórico. Deu-se especial atenção às questões étnicas e às sensibilidades das diversas partes no conflito. Quando isso não aconteceu, a ajuda foi vista como o apoio a um dos lados do conflito, exacerbando tensões e potencializando o conflito.
Em 2008 um homicídio pôs cabo ao conflito, estimou-se a morte de mais de cem mil pessoas, a ONU tomou partido com 29 anos de atraso, com força pacificadora, após o extermínio Tâmil, o país ainda esta em reconstrução e mais do que nunca, precisa de ajuda internacional, cabe a ONU agora manter a paz.

6- REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
TOMMASOLI, Massimo (2003), Inequality, vulnerability to violent conflict and aid
incentives for peace. Fourth Annual Global Development Conference. Development
Co-operation Directorate, OECD, Paris.

AGERBAK, Linda (1996), “Breaking the cycle of violence: doing development in
situations of conflict” in Development in States of War”.

P. Boniface, Atlas das Relações Internacionais, Plátano Edições, Lisboa, 1999


WWW. onu-brasil.org.br

COLLIER, Paul et al. (2003), Breaking the conflict trap. Civil war and
development policy. World Bank. Washington, pp.222.


BRAUER, Jurgen (1998), “A paz regional como um bem público internacional: a
acção colectiva na África Austral” in Nação e Defesa (1999), n.º 90, pp.93.

BRITO, Alexandra Barahona (2002), “Direitos Humanos, idolatria e política: a
inevitabilidade da ambiguidade”in Política Internacional, n.º 26.
















[1] Julio  César Xavier Langa.
[2] TOMMASOLI, Massimo (2003), Inequality, vulnerability to violent conflict and aid
incentives for peace. Fourth Annual Global Development Conference. Development
Co-operation Directorate, OECD, Paris.

[3] AGERBAK, Linda (1996), “Breaking the cycle of violence: doing development in
situations of conflict” in Development in States of War”.
[4]P. Boniface, Atlas das Relações Internacionais, Plátano Edições, Lisboa, 1999
[5] onu-brasil.org.br
[6] COLLIER, Paul et al. (2003), Breaking the conflict trap. Civil war and
development policy. World Bank. Washington, pp.222.
[7] BRAUER, Jurgen (1998), “A paz regional como um bem público internacional: a
acção colectiva na África Austral” in Nação e Defesa (1999), n.º 90, pp.93.
[8] BRITO, Alexandra Barahona (2002), “Direitos Humanos, idolatria e política: a
inevitabilidade da ambiguidade”in Política Internacional, n.º 26.