segunda-feira, 30 de maio de 2011

A Angústia em Lacan, Heidegger, kierkegaard


Alexon silva Tavares (Especializando em Filosofia e Psicanálise - UFES)


O presente texto tem por objetivo trazer reflexões sobre a temática angústia, tendo como referência Lacan e a angústia em oposição à tecnociência, Heidegger a angústia em oposição à metafísica e kierkegaard a angústia em oposição à organização Hegeliana da filosofia.
No pensamento Lacaniano o tema angústia não é trabalhado a partir da ciência (psicologia e psiquiatria), ele parte do viés filosófico, pois Lacan vê a angústia na filosofia como possibilidade da existência e não de fuga.
Para Lacan a angústia é um afeto, estruturante da existência, e como tal, interessa a psicanálise, uma vez que, é um afeto que não se engana.
Lacan constitui angústia, enquanto mecanismo que faz aparecer alguma coisa, no lugar do a como objeto do desejo, como imagem de falta. Por que o objeto a não é especulável, pelo contrário, enquanto mais o sujeito tenta dar corpo ao que no objeto do desejo representa a imagem espetacular, más ele é logrado. Quando algo surge no lugar da castração imaginária, é isso que provoca angústia, uma vez que a falta falta. È isso que dá o verdadeiro sentido ao que Freud designa como perda de objeto em relação a angústia.
A angústia surge quando se dá a falsa demanda uma resposta obturante que não preserva o vazio, causa do desejo, uma obturação que não tem nada a ver com o conteúdo da demanda, se positivo ou negativo: È ai que surge esta perturbação onde se manifesta a angústia.
Em Lacan, a angústia possui uma relação extremamente necessária com o desejo. A angústia eu modo sob o qual se mantém a relação com o desejo, e neste caso, o desejo é remédio contra angústia.
Heidegger trabalha o problema do ser numa perspectiva fenomenológica, distanciando-se da visão metafísica tradicional.
O ponto de partida de sua reflexão é o ser que se dá a conhecer imediatamente, ou seja, o próprio homem. Em seu aspecto cotidiano, a vida humana se apresenta como uma forma inautêntica de existência, marcada por três características: A felicidade, a existencialidade e a decadência.
O cotidiano como facticidade manifesta o homem como Ser-no- mundo, jogado no mundo, sem que isso tenha sido escolha sua. A existencialidade é um aspecto do cotidiano que manifesta o ser humano como sendo uma antecipação de suas possibilidades, objetivação daquilo que ainda não é. Finalmente o ser humano se manifesta como um ser decaído, pois as preocupações cotidianas da existência inautêntica o desviam do seu projeto essencial, desviando-o da finalidade principal de tornar-se ele mesmo.
Neste sentido, o homem é marcado pela angústia que, por sua vez, provoca uma espécie de 'aversão' diante de um ser percebido como ausência.
Heidegger vê a angústia, como um sentimento parecido com o medo diante de algo ameaçador, sendo determinada simplesmente pelo fato do homem se perceber como ser-no-mundo, sendo um sentimento que, não tem uma razão especifica simplesmente se manifesta como se o mundo perdesse o seu sentido.
A filosofia de kierkegaard trabalha angústia, a partir de uma descrição fenomenológica da existência humana. A vida mergulhada na plenitude do momento, voltada para capturar o gozo da existência, uma situação na qual você não aspira a nada, não deseja nada. Este tipo de existência, marcada pela exterioridade, a mudança e o imediatismo, leva a experiência do desespero. Para fugir da prisão de seus desejos, o homem precisa dar um salto, que o leva ao estágio ético.
O mundo do homem ético é dominado por uma ordem universal, que o faz sentir perdido numa multidão, anônima, sem autonomia e percebendo-se condenado a solidão consigo mesmo. Vindo reconhecer sua condição de pecador e a necessidade de arrependimento, não mais podendo se referenciar pelas leis universais, se vê em desespero e angústia.
Conclui-se, que para kierkegaard, a angústia tem sua origem na percepção do limite, que marca a vida humana. O homem seria uma síntese de infinito e finito, de temporal e de eterno, de liberdade e de necessidade, em suma uma síntese, vindo o eu a não existir ainda.
Podemos concluir através dessas reflexões, que devemos aceitar a angústia como componente inevitável do funcionamento psíquico. A angústia se põe, neste caso, como necessidade para o homem moderno o estabelecimento de uma vida no limite como ponto de partida para criação e não castração.

sábado, 21 de maio de 2011

O GRANDE ENCONTRO - POLO ITAPEMIRIM












Texto compartilhado pela Tutora



"Uma mulher acordou uma manhã após a quimioterapia , olhou no espelho e percebeu  que tinha somente três fios de cabelo na cabeça. – Bom (ela disse),  acho que vou trançar meus cabelos hoje. Assim ela fez e teve um dia maravilhoso.

No dia seguinte ela acordou, olhou no espelho e viu que tinha somente dois fios de cabelo na cabeça..

- Hummm (ela disse), acho que vou repartir meu cabelo no meio hoje.

Assim ela fez e teve um dia magnífico.

No dia seguinte ela acordou, olhou no espelho e percebeu que tinha apenas um fio de cabelo na cabeça.

- Bem (ela disse), hoje vou amarrar meu cabelo como um rabo de cavalo.

Assim ela fez e teve um dia divertido.

No dia seguinte ela acordou, olhou no espelho e percebeu que não havia um único fio de cabelo na cabeça.

- Yeeesss... (ela exclamou), hoje não tenho que pentear meu cabelo.

ATITUDE É TUDO! 

Seja mais humano e agradável com as pessoas.

Cada uma das pessoas com quem você convive 
está travando algum tipo de batalha.

Viva com simplicidade.

Ame generosamente.

Cuide-se intensamente.

Fale com gentileza.

E, principalmente, não reclame.

Se preocupe em agradecer pelo que você é, e por tudo o que tem!

E deixe o restante com Deus."


MCAM

“Relação do texto “Totem e tabu” e a função do Pai com aquela contida em Função e Campo da fala e da Linguagem em Psicanálise”.


A relação entre a função do Pai para Freud, em “TOTEM E TABU”, e a que Lacan apresenta em “Função e Campo da fala e da Linguagem em Psicanálise”, pode dizer que o “PAI” é um dos fundamentos psicanalíticos, pois o mesmo é o detentor do poder, regras, interdição de pulsões e da lei, isso se refletirá no complexo familiar, deste surgem os “problemas” que levam sujeitos a buscar ajuda para suas dores da alma, neuroses, etc.

Em Freud, temos o PAI mitológico (exemplo: Mito de Édipo), oriundo dos estudos da antropologia dos povos primitivos. Esse PAI é muito bem explicado no trabalho “Totem e Tabu”. E, daí também temos o “Mal Estar da Civilização”, pois esse “PAI” é assassinado pelos filhos (que invejam sua posição de “dono de todas as mulheres) e gerará a angustia pelo crime e a sensação de desamparo.

Lacan encara esse conceito “PAI” de modo diferente, o coloca como um nome, daí os NOMES-DO-PAI (pai é uma metáfora). E, insere também um ponto importante que é o DESEJO DA MÃE, e o nome do PAI não será dissociado da palavra mãe.

Ele nos apresenta o MATEMA (R S I ), ou seja o nome PAI será apresentado das seguintes maneiras: REAL= GENITOR PRESENTE NA FAMÍLIA; IMAGINÁRIO= PAI IDENTIFICADO COMO TODO PODEROSO; SIMBÓLICO= É SUSTENTADO PELA FUNÇÃO DO PAI REAL, pois nesse campo a função do PAI é dizer NÃO AO GOZO DA MÃE. Então esse PAI representa o desejo da LEI. Muito bem representado no NÓ BORROMEANO.


Mary Cristiane - ITAPEMIRIM

FREUD E A NEUROBIOLOGIA


CRONOGRAMA DE ATIVIDADES MENSAIS DA DISCIPLINA : 
FREUD E A NEUROBIOLOGIA
CURSO: Especialização em Filosofia e Psicanálise
PROFESSOR: Dr. Arthur Araújo  IES: UFES     MÊS: Novembro      ANO: 2010

PERÍODO/HORA
ATIVIDADE
OBJETIVO
08/11/2010 a
10/11/2010

Acesso individual a plataforma moodle



Web conferência da disciplina
Leitura das unidades:I,II e III


11/11/2010

Encontro Presencial Início da disciplina : Freud e a Neurobiologia


Discussão dos textos das unidades :I, II e III


12/11/2010 a 17/11/2010
Acesso individual a plataforma moodle




18/11/2010
Encontro presencial : Atividade do segundo encontro
Discussão dos textos das unidades IV,V e VI
19/11/2010 a 24/11/2010

Acesso individual a plataforma moodle



25/11/2010
Encontro presencial: Atividade do terceiro encontro
Discussão dos textos das unidades :VII,VIII e IX.
26/11/2010 a 27/11/2010
  Acesso individual a plataforma moodle


 MARYCRISTIANEMESQUITA - ITAPEMIRIM

sábado, 14 de maio de 2011

Cronograma de Atividades da Disciplina Freud e a Neurobiologia

CRONOGRAMA DE ATIVIDADES MENSAIS DA DISCIPLINA : FREUD E A NEUROBIOLOGIA
CURSO: Especialização em Filosofia e Psicanálise  PROFESSOR: Dr.
Arthur Araújo  IES: UFES     MÊS: Novembro
 ANO: 2010
Aluna: Rosemere Rebolo Barbosa

PERÍODO/HORA
ATIVIDADE
OBJETIVO
08/11/2010 a
10/11/2010

-Assisitir a webconferência da disciplina, realizar a leitura da Introdução , do programa da disciplina e das unidades I,II,e III.
-Organizar a agenda de estudos.



Web conferência da disciplina
Leitura das unidades:I,II e III
- Organização da agenda de estudos.


11/11/2010

Encontro Presencial Início da disciplina : Freud e a Neurobiologia


Discussão dos textos das unidades :I, II e III


12/11/2010 a 17/11/2010
-Consulta ao dicionário, sites de pesquisa e artigos sobre as várias correntes e teorias.
-Desenvolvimento das atividades 1,2 e 3.
-Leitura das unidades IV, V e VI.
-Participação no fórum.


- Pesquisa a dicionário e sites.
- Respostas às atividades previstas.
-Leitura das unidades IV,V e VI
-Participação no fórum.
18/11/2010
Encontro presencial : Atividade do segundo encontro
-Discussão dos textos das unidades IV,V e VI.
19/11/2010 a 24/11/2010
- Desenvolvimento das atividades IV, V e VI
- Leitura das unidades VII, VIII e IX.


-Resposta às atividades previstas
-Leitura das unidades VII,VIII e IX.
25/11/2010
-Encontro presencial: Atividade do terceiro encontro
Discussão dos textos das unidades :VII,VIII e IX.
26/11/2010 a 27/11/2010
- Desenvolvimento das atividades referentes às unidades VII,VIII e IX. 
- Participação no fórum.

- Fechamento das atividades e participação no fórum.


sábado, 7 de maio de 2011

NÓS BORROMEANOS

CURSO PSICANÁLISE E FILOSOFIA
UAB-ITAPEMIRIM- NEAAD
ALUNA: ROSEMERE REBOLO BARBOSA


Lacan inventou três denominações ou dimensões para designar o que é ser pai. Primeiramente o simbólico, em segundo lugar o imaginário e, em terceiro, o real. O pai, no plano simbólico, se refere à paternidade como uma terceira posição entre a mãe e o filho. É uma posição instituída pela mãe enquanto mulher, cujo objeto de desejo é o pai. Então, esse é o pai no sentido simbólico, instituído pela mãe que deseja um homem. Este, por sua vez, existe graças à palavra da mãe. Ela transmite ao filho que é a mulher daquele homem, que ela chama de pai, na linguagem. A segunda dimensão da paternidade é o pai no plano imaginário. Ele vem do filho ou da filha, da criança. Refere-se ao pai como imagem, imagem forte, grandiosa, majestosa, que tem uma força de sedução e de atração. Este é o pai como imagem, imagem de homem. Ele existe no imaginário graças a esta atração da criança pelo seu pai. Não estamos falando do pai biológico, mas da imagem que o pai mostra em sua vida, privada e social. Lacan, então, inventou o pai no plano real. Este vem de um homem que, em geral, é o pai das crianças na família. O pai, no sentido real, é um homem na condição de desejante, desejando uma mulher, em geral a mãe. Então, temos três dimensões: na dimensão do simbólico, o pai vem da mãe; na dimensão do imaginário, o pai vem da criança; e, na dimensão do real, o pai vem de um homem, que tem por objeto de desejo uma mulher.
O Nome-do-Pai, cuja função é de pai simbólico, tem como precursor o pai morto do mito freudiano”. O objetivo de Lacan é articular a função do pai, de forma linguística, com a palavra da mãe, aquela que é responsável pela procriação, dando um nome qualquer ao significante fálico.
Lacan vale-se do conhecimento da lógica, da linguagem e da linguística para, mais uma vez, como Freud, situar a psicanálise no campo da cultura, da ciência de seu tempo, isto é, das ciências humanas.
Tanto no misticismo judeu, quanto no amor cristão ou na sua função simbólica, o Pai absoluto é Deus, pivô do desejo. Esse Deus, na tradição judaico-cristã, é o deus de Moisés – a chama ardente que fala a Moisés e diz “Eu sou o que sou”. Para Lacan, essa voz não é um sujeito que fala no lugar do Outro, mas onde é “isso”, um Nome, do Pai – simbólico.
Lacan introduz a idéia de que o pai é uma metáfora. Como toda e qualquer metáfora, esta também se caracteriza pela substituição de um significante por outro, que surge a partir de uma significação desconhecida, uma significação inédita.
Com a ajuda da topologia, Lacan constrói os nós, conjuntos estruturais de apresentação do aparelho psíquico.
Nó Borromeano é uma trilogia de nós que tem essa denominação extraída do brasão da família dos Borromeos do séc XV. Cada nó corresponde a uma dimensão: o simbólico, o imaginário e o real.
Lacan introduz o termo sinthoma, que é uma antiga grafia da palavra sintoma, dando a ele uma significação topológica nesse conjunto. O sinthoma revela a persistência de restos sintomáticos oriundos do real “que não cessa de se escrever” e se repete.
O nó borromeano que enlaça Real, Simbólico e Imaginário é um “topos” constituído de 3 elementos que, sendo um deles cortado, tem como particularidade o desfazer-se do nó. Desses 3 elementos,  é o real que determina como cada um goza de seu inconsciente e o real para Lacan não tem sentido. Se o inconsciente apresenta algum sentido, seu vetor é uma resposta sintomática. 

Versão Final do WIKI


Universidade Federal do Espírito Santo
Núcleo de Educação Aberta e à Distância
Universidade Aberta do Brasil – Polo Itapemirim-ES
Curso de especialização em Filosofia e  Psicanálise
Disciplina:Angústia em Filosofia e Psicanálise


Angústia e sua relação com ansiedade

A angústia é um dos conceitos mais importantes da psicanálise e desempenha um papel preponderante tanto em relação ao desenvolvimento desta e possui significado central na teoria Lacaniana das neuroses e psicoses e dos tratamentos desses estados patológicos.
Em seu projeto para uma psicologia cientifica, 1895 Freud fala que a neurose de angústia teria sua etiologia na má ou não utilização da libido, que assim, se transformaria em angústia de uma forma direta.
Nesse trabalho, Freud aborda a angústia procurando nela uma explicação para o recalcamento, é afeto (affect) ai é a reprodução da vivência desagradável. Os estados traumáticos – estimulação excessiva e desamparo – se inscrevem de tal forma que deixam uma tendência a serem revividos, a reprodução da dor que então levaria a uma repulsa do objeto, o que levaria ao que Freud chama de defesa primária ou recalmento.
Em relação ao que diz respeito à definição de angústia segundo Lacan é aquilo que engana, porém estudos demonstram que é um distúrbio com desequilíbrio e deve receber tratamento médico. Tanto a psicologia e a psicanálise estudam constantemente as causas da angústia, para Freud a angústia pode ser uma resposta apropriada e relacionada a uma pressão interna ou externa, Freud trabalha com pontos cegos que a ciência não pode explicar que estão armazenados em nossa consciência, como: desvio de personalidade, racionalidade e situações de angústia ou ansiedade irredutíveis que cercam o dia-a-dia.
Para o pensador Heidegger, na angústia existe a origem da liberdade. Elucida que esta é oriunda da base existencial do homem, esta se concentra em seu passado e seu futuro, estes últimos acabam sempre interrompidos pela experiência inevitável pela qual, todos terão que passar: morte.
Podemos perceber que a constituição do sujeito esta diretamente ligada à questão da angústia. Assim é que, a construção da identidade atribui a angústia um caráter existencial.
Considerando-se o conceito angustia e ansiedade, é importante fazer uma relação entre angustia e o transtorno do pânico bem como o tratamento de uma pessoa com este mal.
Segundo Dorsch 2010, o termo angústia tem origem no latim e tende a ressaltar um estado de vivência corporal e psíquica de estreiteza, de aperto, enquanto ansiedade conotaria um estado de inquietação e de manifestações fisiológicas associadas. Nos dois casos o objeto é a realidade externa como um todo, uma vivência e não um objeto isolado e materializado (e por isso não parece procedente a colocação corriqueira de que a angústia é um medo sem objeto), que gera um estado de expectativa e de incerteza. O medo se refere a um objeto determinado, tido pelo sujeito como perigoso e ameaçador.
Nasio 1999 faz uma revisão sobre as diferenças entre angústia e ansiedade, ressaltando o caráter estático, até mesmo paralisado, a sensação de opressão principalmente pré-cordial, mas visceral de uma forma geral, da primeira em contraposição à tendência ao movimento e à predominância de manifestações psíquicas na segunda. Sugere que se classifiquem os quadros cuja manifestação predominante seja angústia ou a ansiedade sob o nome de Timopatia Ansiosa, ressaltando sua pertinência ao grupo dos transtornos da afetividade, de origem endógena.
De forma geral o termo ansiedade era usado na literatura para se referir a um estado afetivo crônico, desagradável, muitas vezes ligado à melancolia evolutiva, caracterizado por certo grau de antecipação do futuro e de inquietação. Por outro lado o termo angústia se referia a uma sensação mais visceral, que tendia a ocorrer de uma forma aguda e muitas vezes aproximada ao medo.
O Transtorno do Pânico, ou Neurose de Angústia, é caracterizado pela eclosão de crises espontâneas de ansiedade, de início de súbito, acompanhado de uma série de sintomas somáticos. A descrição de Freud de 1895 permanece atual, quase inalterada se comparada com os critérios modernos: 1. irritabilidade geral; 2. espera ansiosa; 3. surgimento abrupto de angústia, em forma de crise não associada a qualquer idéia, ou associada a idéia de morte ou loucura eminente; 4. vários ou alguns de uma lista de sintomas que inclui entre outros: palpitações, desconforto pré-cordial, sudorese, tremores, vertigens, diarréias, parestesias etc; 5. pavor noturno, acompanhado de angústia, dispnéia e sudorese (crises noturnas de angústia); 6. vertigem ou tontura; 7. fobias (incluindo agorafobia); 8. náuseas e mal estar; 9. parestesias; 10. Os sintomas podem se manifestar de forma crônica, com menor intensidade de angústia que nas formas agudas. Normalmente atingem sua intensidade máxima em segundos ou minutos, regredindo normalmente em até 10 minutos. Geralmente os pacientes descrevem um estado pós crise de intensa fraqueza, principalmente nos membros inferiores e sonolência, sendo que muitos podem dormir até horas após as crises. (NASIO 1999).
Se não tratadas adequadamente as crises tendem a se repetir, alternando períodos de normalidade, ou permanecendo uma ansiedade residual entre as crises. Muitos medicamentos são medicados com tranqüilizante tipo benzodiazepínicos, que aliviam a ansiedade entre as crises, mas só umas pequenas porcentagens dos pacientes melhoram a crise em si, como conseqüência alguns indivíduos desenvolvem abuso de tranqüilizantes ou mesmo de álcool como visto em nosso meio por GENTIL 1986.
Sem tratamento a evolução é variável, com flutuações de intensidade, com aumento de mortalidade por suicídio e afecções cardiovasculares, se bem que normalmente não apresentam ideação suicida nem prevalência maior de doenças cardíacas. Isso talvez se dê por um maior risco para depressão e pelas repercussões cardíacas da via sedentária que adotam uma vez iniciado o quadro.
As fobias são, primeiramente, sintomas que podem surgir no curso de qualquer afecção psíquica. A fobia como sintoma é definido por uma forma de ligação entre a angústia e o objeto. Talvez a discussão mais relevante aqui seja a respeito da distinção entre as fobias da Neurose de Angústia e as fobias da Neurose fóbica. O que a Psicanálise propões de maneira geral para os diversos quadros psicopatológicos é um modelo teórico de psicogênese. Não se trata de uma negação do orgânico, mas seu enfoque teórico tanto em Freud quanto nos autores que o seguiram é outro. Isto significa tratar também da terapêutica em um outro nível.
No caso específico das Neuroses Atuais e da Neurose de Angústia em particular, Freud negou a existência de mecanismos psíquicos envolvidos na sua gênese, afastando a possibilidade de intervenção pelo método psicanalítico. (NASIO 1999)
O que alguns autores psicanalíticos têm ressaltado, sem fazer alusão ao biológico, já que este não é o campo de investigação teórica, nem de atuação terapêutica da Psicanálise, é que, via da regra, tanto o conflito psíquico inconsciente quanto os sintomas atuais têm importância vital na compreensão do quadro e no desenvolvimento da terapêutica.
Em termos práticos a questão seria poder abordar o paciente com Neurose de Angústia, do ponto de vista psicanalítico, com o intuito de esclarecer as relações individuais que o sujeito faz, inconscientemente, de seus sintomas com outras estruturas de funcionamento e com experiências presentes e passadas que se encontre em conexão com o Reprimido e com a dinâmica do desejo.
A relação terapêutica com esses pacientes costuma ser difícil. No início do tratamento costumam apresentar mais queixas que outros, centrando o discurso nas suas crises de angústia.
Antes de curar a doença o analista terá de se preocupar em restabelecer uma relação de objeto que possibilite a reconstrução do Ego. Deverá ser inicialmente um auxiliar na passagem do mundo antes das palavras - ou de representação de coisas - para o mundo das palavras - ou representação de palavras, i.e., de simbolizações. A vivência de morte descrita por esses pacientes se encontra ligada a uma existência visceral, a um período em que o indivíduo ainda não encontrara um nome para substituí-la.
O tratamento e a cura se fazem, por isso, em dois tempos. Inicialmente a análise funciona como um órgão de para-excitação da angústia, nos moldes da mãe nas primeiras etapas do desenvolvimento infantil. Tem-se que entender que as queixas e os sintomas nessa fase é a forma pela qual o doente tenta resolver a angústia. O analista se fará presente através de suas palavras de compreensão do sofrimento do Ego, sem, no entanto aderir às angústias exteriorizadas pelo paciente.
Freqüentemente, na clínica se aflige, manifestam-se como sentimentos - desenvolvimentos da imaginarização do afeto. Alguns deles são os amores, o ódio, a alegria, a tristeza e aqueles que expressam de maneira patética a indefensa do sujeito perante o Outro, como são o medo, o temor, o terror, o pânico.
Segundo GENTIL 1986, o fim da análise não significa o fim da angústia para o sujeito, senão valer-se de sua alerta para “dialectizar” o Outro. Na espreita das análises standard parece ser um dos objetivos extinguir a angústia. Através da elaboração dos lutos mais primários que na transferência aludem à separação do analista, transmudado em seio materno idealizado. De modo tal que os efeitos de emergência do sujeito se resumem num remendo da imaginarização.
A angústia será sempre nossa eterna companheira , por mais que dissimulemos, neguemos e abominemos sua existência, estamos cônscios de que o processo de crescimento humano é continuo e implica, invariavelmente, em angústia.
Assim, fica subentendido que os casos mal resolvidos do passado e a ansiedade pelo futuro influenciaram a vida das pessoas causando-lhes grande angústia que, por sua vez, interfere em sua qualidade de vida, já que ao invés de vivenciar o que o hoje proporciona.
Sendo assim, o sujeito fica preso as atividades irrealizáveis e o seu hoje se tornam limitado e pouco agradável.

Referencias Bibliográficas
GENTIL, V. Mecanismos de Ação de Drogas Antipânico.J. Bras. Psiq. 1986.
NASIO, Juan David. O prazer de Ler Freud. Rio de Janeiro, Editora: Jorge Zahar, 1999.
DORSCH. Dicionário de Psicologia. Petrópolis RJ, Editora Vozes, 2001.
 http://artigos.psicologado.com/abordagens/psicanalise/a-teoria-da-angustia-na-psicanalise

VERSÃO FINAL DO WIKI (PROPOSTA DA DISC. ANGUSTIA)


Universidade Federal do Espírito Santo
Núcleo de Educação Aberta e à Distância
Universidade Aberta do Brasil – Polo Itapemirim-ES
Curso de especialização em Filosofia e  Psicanálise
Disciplina:Angústia em Filosofia e Psicanálise


Angústia e sua relação com ansiedade

A angústia é um dos conceitos mais importantes da psicanálise e desempenha um papel preponderante tanto em relação ao desenvolvimento desta e possui significado central na teoria Lacaniana das neuroses e psicoses e dos tratamentos desses estados patológicos.
Em seu projeto para uma psicologia cientifica, 1895 Freud fala que a neurose de angústia teria sua etiologia na má ou não utilização da libido, que assim, se transformaria em angústia de uma forma direta.
Nesse trabalho, Freud aborda a angústia procurando nela uma explicação para o recalcamento, é afeto (affect) ai é a reprodução da vivência desagradável. Os estados traumáticos – estimulação excessiva e desamparo – se inscrevem de tal forma que deixam uma tendência a serem revividos, a reprodução da dor que então levaria a uma repulsa do objeto, o que levaria ao que Freud chama de defesa primária ou recalmento.
Em relação ao que diz respeito à definição de angústia segundo Lacan é aquilo que engana, porém estudos demonstram que é um distúrbio com desequilíbrio e deve receber tratamento médico. Tanto a psicologia e a psicanálise estudam constantemente as causas da angústia, para Freud a angústia pode ser uma resposta apropriada e relacionada a uma pressão interna ou externa, Freud trabalha com pontos cegos que a ciência não pode explicar que estão armazenados em nossa consciência, como: desvio de personalidade, racionalidade e situações de angústia ou ansiedade irredutíveis que cercam o dia-a-dia.
Para o pensador Heidegger, na angústia existe a origem da liberdade. Elucida que esta é oriunda da base existencial do homem, esta se concentra em seu passado e seu futuro, estes últimos acabam sempre interrompidos pela experiência inevitável pela qual, todos terão que passar: morte.
Podemos perceber que a constituição do sujeito esta diretamente ligada à questão da angústia. Assim é que, a construção da identidade atribui a angústia um caráter existencial.
Considerando-se o conceito angustia e ansiedade, é importante fazer uma relação entre angustia e o transtorno do pânico bem como o tratamento de uma pessoa com este mal.
Segundo Dorsch 2010, o termo angústia tem origem no latim e tende a ressaltar um estado de vivência corporal e psíquica de estreiteza, de aperto, enquanto ansiedade conotaria um estado de inquietação e de manifestações fisiológicas associadas. Nos dois casos o objeto é a realidade externa como um todo, uma vivência e não um objeto isolado e materializado (e por isso não parece procedente a colocação corriqueira de que a angústia é um medo sem objeto), que gera um estado de expectativa e de incerteza. O medo se refere a um objeto determinado, tido pelo sujeito como perigoso e ameaçador.
Nasio 1999 faz uma revisão sobre as diferenças entre angústia e ansiedade, ressaltando o caráter estático, até mesmo paralisado, a sensação de opressão principalmente pré-cordial, mas visceral de uma forma geral, da primeira em contraposição à tendência ao movimento e à predominância de manifestações psíquicas na segunda. Sugere que se classifiquem os quadros cuja manifestação predominante seja angústia ou a ansiedade sob o nome de Timopatia Ansiosa, ressaltando sua pertinência ao grupo dos transtornos da afetividade, de origem endógena.
De forma geral o termo ansiedade era usado na literatura para se referir a um estado afetivo crônico, desagradável, muitas vezes ligado à melancolia evolutiva, caracterizado por certo grau de antecipação do futuro e de inquietação. Por outro lado o termo angústia se referia a uma sensação mais visceral, que tendia a ocorrer de uma forma aguda e muitas vezes aproximada ao medo.
O Transtorno do Pânico, ou Neurose de Angústia, é caracterizado pela eclosão de crises espontâneas de ansiedade, de início de súbito, acompanhado de uma série de sintomas somáticos. A descrição de Freud de 1895 permanece atual, quase inalterada se comparada com os critérios modernos: 1. irritabilidade geral; 2. espera ansiosa; 3. surgimento abrupto de angústia, em forma de crise não associada a qualquer idéia, ou associada a idéia de morte ou loucura eminente; 4. vários ou alguns de uma lista de sintomas que inclui entre outros: palpitações, desconforto pré-cordial, sudorese, tremores, vertigens, diarréias, parestesias etc; 5. pavor noturno, acompanhado de angústia, dispnéia e sudorese (crises noturnas de angústia); 6. vertigem ou tontura; 7. fobias (incluindo agorafobia); 8. náuseas e mal estar; 9. parestesias; 10. Os sintomas podem se manifestar de forma crônica, com menor intensidade de angústia que nas formas agudas. Normalmente atingem sua intensidade máxima em segundos ou minutos, regredindo normalmente em até 10 minutos. Geralmente os pacientes descrevem um estado pós crise de intensa fraqueza, principalmente nos membros inferiores e sonolência, sendo que muitos podem dormir até horas após as crises. (NASIO 1999).
Se não tratadas adequadamente as crises tendem a se repetir, alternando períodos de normalidade, ou permanecendo uma ansiedade residual entre as crises. Muitos medicamentos são medicados com tranqüilizante tipo benzodiazepínicos, que aliviam a ansiedade entre as crises, mas só umas pequenas porcentagens dos pacientes melhoram a crise em si, como conseqüência alguns indivíduos desenvolvem abuso de tranqüilizantes ou mesmo de álcool como visto em nosso meio por GENTIL 1986.
Sem tratamento a evolução é variável, com flutuações de intensidade, com aumento de mortalidade por suicídio e afecções cardiovasculares, se bem que normalmente não apresentam ideação suicida nem prevalência maior de doenças cardíacas. Isso talvez se dê por um maior risco para depressão e pelas repercussões cardíacas da via sedentária que adotam uma vez iniciado o quadro.
As fobias são, primeiramente, sintomas que podem surgir no curso de qualquer afecção psíquica. A fobia como sintoma é definido por uma forma de ligação entre a angústia e o objeto. Talvez a discussão mais relevante aqui seja a respeito da distinção entre as fobias da Neurose de Angústia e as fobias da Neurose fóbica. O que a Psicanálise propões de maneira geral para os diversos quadros psicopatológicos é um modelo teórico de psicogênese. Não se trata de uma negação do orgânico, mas seu enfoque teórico tanto em Freud quanto nos autores que o seguiram é outro. Isto significa tratar também da terapêutica em um outro nível.
No caso específico das Neuroses Atuais e da Neurose de Angústia em particular, Freud negou a existência de mecanismos psíquicos envolvidos na sua gênese, afastando a possibilidade de intervenção pelo método psicanalítico. (NASIO 1999)
O que alguns autores psicanalíticos têm ressaltado, sem fazer alusão ao biológico, já que este não é o campo de investigação teórica, nem de atuação terapêutica da Psicanálise, é que, via da regra, tanto o conflito psíquico inconsciente quanto os sintomas atuais têm importância vital na compreensão do quadro e no desenvolvimento da terapêutica.
Em termos práticos a questão seria poder abordar o paciente com Neurose de Angústia, do ponto de vista psicanalítico, com o intuito de esclarecer as relações individuais que o sujeito faz, inconscientemente, de seus sintomas com outras estruturas de funcionamento e com experiências presentes e passadas que se encontre em conexão com o Reprimido e com a dinâmica do desejo.
A relação terapêutica com esses pacientes costuma ser difícil. No início do tratamento costumam apresentar mais queixas que outros, centrando o discurso nas suas crises de angústia.
Antes de curar a doença o analista terá de se preocupar em restabelecer uma relação de objeto que possibilite a reconstrução do Ego. Deverá ser inicialmente um auxiliar na passagem do mundo antes das palavras - ou de representação de coisas - para o mundo das palavras - ou representação de palavras, i.e., de simbolizações. A vivência de morte descrita por esses pacientes se encontra ligada a uma existência visceral, a um período em que o indivíduo ainda não encontrara um nome para substituí-la.
O tratamento e a cura se fazem, por isso, em dois tempos. Inicialmente a análise funciona como um órgão de para-excitação da angústia, nos moldes da mãe nas primeiras etapas do desenvolvimento infantil. Tem-se que entender que as queixas e os sintomas nessa fase é a forma pela qual o doente tenta resolver a angústia. O analista se fará presente através de suas palavras de compreensão do sofrimento do Ego, sem, no entanto aderir às angústias exteriorizadas pelo paciente.
Freqüentemente, na clínica se aflige, manifestam-se como sentimentos - desenvolvimentos da imaginarização do afeto. Alguns deles são os amores, o ódio, a alegria, a tristeza e aqueles que expressam de maneira patética a indefensa do sujeito perante o Outro, como são o medo, o temor, o terror, o pânico.
Segundo GENTIL 1986, o fim da análise não significa o fim da angústia para o sujeito, senão valer-se de sua alerta para “dialectizar” o Outro. Na espreita das análises standard parece ser um dos objetivos extinguir a angústia. Através da elaboração dos lutos mais primários que na transferência aludem à separação do analista, transmudado em seio materno idealizado. De modo tal que os efeitos de emergência do sujeito se resumem num remendo da imaginarização.
A angústia será sempre nossa eterna companheira , por mais que dissimulemos, neguemos e abominemos sua existência, estamos cônscios de que o processo de crescimento humano é continuo e implica, invariavelmente, em angústia.
Assim, fica subentendido que os casos mal resolvidos do passado e a ansiedade pelo futuro influenciaram a vida das pessoas causando-lhes grande angústia que, por sua vez, interfere em sua qualidade de vida, já que ao invés de vivenciar o que o hoje proporciona.
Sendo assim, o sujeito fica preso as atividades irrealizáveis e o seu hoje se tornam limitado e pouco agradável.

Referencias Bibliográficas
GENTIL, V. Mecanismos de Ação de Drogas Antipânico.J. Bras. Psiq. 1986.
NASIO, Juan David. O prazer de Ler Freud. Rio de Janeiro, Editora: Jorge Zahar, 1999.
DORSCH. Dicionário de Psicologia. Petrópolis RJ, Editora Vozes, 2001.